Internacional Titulo
Conferência da ONU sobre o clima é aberta em Cancún
Das Agências
29/11/2010 | 08:52
Compartilhar notícia


A conferência das Nações Unidas de luta contra a mudança climática foi aberta nesta segunda-feira em Cancún, no México, com a ambição de dar impulso e credibilidade a difíceis negociações, após a decepção de Copenhague, há um ano.

Tropas do exército e policiais mexicanos, apoiados por três navios de guerra, participam do esquema de segurança em torno ao hotel Moon Palace, um complexo em frente ao mar, onde está sendo realizada a conferência de 12 dias.

A crise econômica que atinge a Europa e a falta de uma lei nacional de mudanças climáticas nos Estados Unidos são entraves para as negociações da COP-16.

"As condições internacionais não se tornaram mais favoráveis a um acordo. Nada leva a crer que nós temos condições de concretizar o que não foi possível em Copenhague", disse nesta segunda-feira o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Apesar de ser praticamente impossível firmar em Cancún um acordo válido juridicamente para limitar o aumento da temperatura a 2°C - considerado pelos cientistas como um patamar relativamente seguro -, há avanços que podem ocorrer no México a partir de hoje, quando tem início a reunião que sucede o fracasso da COP-15, em Copenhague. E, por isso, ambientalistas cobram seriedade nos trabalhos - eles temem que os representantes das 194 nações encarem o evento no balneário como um "passeio na praia".

Uma definição que precisa ocorrer o quanto antes é se o Protocolo de Kyoto vai continuar. O primeiro período de compromisso do tratado se encerra em 2012 e não há nada para substituí-lo. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, querem que as nações ricas se comprometam em participar de um segundo período de Kyoto. Porém, as nações ricas não querem manter um tratado que não tem a participação dos EUA, os maiores responsáveis históricos pelas emissões. "Este é um tema espinhoso", afirmou o embaixador. Ele avalia que sem Kyoto haveria perda de tempo para refazer as regras.

Um dos pontos cruciais nessa briga é que Kyoto não obriga os países em desenvolvimento a terem metas obrigatórias. Mas, com as emissões crescentes dos países emergentes, como China e Índia os países ricos argumentam que o desafio só será vencido se todos se engajarem - ou seja, se todos tiverem metas.

O detalhamento de como funcionará o financiamento também precisa ser feito com urgência - os países desenvolvidos precisam repassar recursos para os demais conseguirem reduzir as emissões e se adaptar às mudanças inevitáveis provocadas pelo aumento da temperatura.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;