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Laden e Talibã continuam intactos após 3 semanas de ataque
Por Das Agências
28/10/2001 | 14:43
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Três semanas depois do início dos bombardeios norte-americanos ao Afeganistão, no dia 7 deste mês, Osama Bin Laden continua em paradeiro desconhecido, a milícia Talibã, que governa a maior parte do território afegão, não foi expulsa do poder e o país, destroçado por anos de guerra e de seca, sofre sob as bombas.

"Os norte-americanos acreditaram que os talibãs iam cair como um castelo de cartas. Três semanas depois, seguem inabaláveis e não se registrou nenhuma deserção séria", destaca um diplomata europeu.

Os talibãs nem sequer parecem ter perdido o ânimo e seu líder supremo, o mulá Mohamed Omar, persegue os "infiéis" com suas imprecações místicas, enquanto promete o paraíso aos combatentes de Alá que participam na jihad (esforço ou guerra santa) contra os Estados Unidos.

Três semanas de operações militares também não permitiram recuperar "vivo ou morto" Osama Bin Laden, suspeito número um dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos e "hóspede de honra" no Afeganistão.

Mas a caçada a Bin Laden, que oficialmente era a grande prioridade norte-americana, parece ter passado a um segundo plano. "É como procurar uma agulha em um palheiro", declarou nesta última semana o secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld. Como se só agora soubesse disso.

Os Estados Unidos concentram agora suas baterias contra os "protetores de Bin Laden", os integrantes do Talibã, no poder desde 1996.

Para Hamid Gul, ex-diretor do serviço secreto paquistanês, os talibãs contam com um amplo apoio entre a população afegã, enquanto "a ira pelos ataques norte-americanos uniu a nação". Entretanto os afegãos continuam sofrendo, depois de mais de vinte anos de guerra e uma das piores secas de que se recordam.

O Afeganistão, que tem milhões de refugiados no estrangeiro e milhões de pessoas vulneráveis em seu território, pode ser a primeira crise humanitária importante do século 21, estimam várias organizações não governamentais.

Além disso, o balanço de vítimas civis dos bombardeios não cessa de aumentar, enquanto Washington se mostra resistente a admitir seus erros denunciados pelas Nações Unidas.

O uso de bombas cujos explosivos continuam sendo perigosos muito depois do impacto também contribuiu para o mal-estar das ONGs que trabalham n Afeganistão.

De qualquer modo, Washington continua preparando sua opinião pública para uma guerra "longa e difícil", enquanto seu grande aliado na região, o Paquistão, afirma que a campanha militar contra o Afeganistão tem de ser "curta e seletiva", terminando antes do Ramadã, o mês sagrado muçulmano de oração, que começa em meados de novembro.

Por sua vez, a oposição armada afegã não avançou no terreno contra os talibãs, apesar da ajuda dos bombardeios norte-americanos nas linhas de frente contra os talibãs.

Depois de duas primeiras semanas de bombardeios intensivos, os norte-americanos tentaram sua própria operação terrestre, no último dia 19 em Kandahar, o reduto dos talibãs, no Sudeste do país, mas parecem ter sofrido mais uma vergonhosa derrota. "Perderam pelo menos uns quinze homens", afirmou uma fonte paquistanesa bem informada que pediu o anonimato.

Segundo Washington, que já mudou várias vezes sua versão dos fatos daquela noite, só perderam o trem de pouso de um helicóptero. "Pois sim. E por que então suspenderam naquela noite sua intervenção terrestre", questiona a mesma fonte, que encerra com um comentário irônico: "Esses americanos estão sempre apanhando, mas não aprendem nunca."




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