O presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina, Antenor Nogueira, isentou os criadores de gado da culpa pela alta dos preços do produto nos últimos meses. Para ele, boa parte da responsabilidade é da indústria e dos supermercados. "Sede de lucro e olho gordo", disse Nogueira. Outro fator que, segundo ele, pesou na formação dos preços da carne bovina neste ano foi o abate excessivo de matrizes entre 2004 e 2006.
"O normal é que vão para os matadouros, a cada ano, 25% do rebanho de fêmeas e, naquela ocasião, apesar dos alertas feitos pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a média foi de 47%, reduzindo o plantel bovino nacional", explicou. O pecuarista, por sua vez, estaria vivendo bom momento, com o dólar em baixa, apesar da pequena margem de lucro. Nogueira explicou que 75% do que é arrecadado na venda do boi representa o custo de produção.
A Câmara Setorial da Carne Bovina tratou ontem, em reunião no Ministério da Agricultura, das prioridades do setor para os próximos anos. Nogueira disse que "é preciso melhorar a qualidade dos laboratórios que trabalham na análise da sanidade animal e ter mais eficiência no apoio técnico do governo".
Em relação às vendas externas, o representante dos pecuaristas criticou as exigências da União Européia para compra de carne brasileira. Segundo Nogueira, os compradores europeus só querem adquirir carne de gado que fique confinado numa mesma fazenda desde o nascimento até o abate.
Esses compradores também não aceitam que o rebanho consuma grãos industrializados. Para o presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina, é uma "discriminação, porque os outros países não fazem essas exigências".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.