A conjunção de ideais dos sete municípios é fator importantíssimo para o desenvolvimento econômico e social do Grande ABC. Não há sombra de dúvida de que a união faz a força, como acertadamente prega antigo ditado popular. A iminente vitória regional na batalha pela descentralização da farmácia de alto custo, que hoje funciona exclusivamente no Hospital Mário Covas, em Santo André, que avançou a passos largos depois que o Consórcio Intermunicipal decidiu entrar no front, é exemplo cabal de que o poder individual se multiplica quando interesses se aliam.

Exatamente por isso é lamentável o posicionamento do prefeito Lauro Michels (PV) ao manifestar o desejo de sair do Consórcio. A intenção do verde significaria golpe letal nas pretensões do Grande ABC de se desenvolver de forma coesa. Ainda mais no momento em que a entidade busca aumentar a influência junto aos círculos superiores de poder, concedendo assento ao Estado na mesa de debates e abrindo sua Casa em Brasília, duas boas tentativas de viabilizar investimentos externos nas sete cidades.

Lauro tem todo o direito de fazer as críticas que julgar necessárias para buscar a melhoria do Consórcio. Este Diário mesmo, aliás, sempre fez observações bastante pesadas à atuação da entidade, mas sempre no sentido de aprimorar o trabalho ali desenvolvido. Mas o prefeito de Diadema erra ao atentar contra a regionalidade, como se a saída ou a permanência do município fosse deliberação sua. Não é. Qualquer decisão precisa do aval dos vereadores, que, de imediato, tiveram o bom-senso de rechaçar as pretensões do chefe do Executivo.

Este jornal, que foi o responsável por cunhar a expressão Grande ABC, ainda em sua época de News Seller, tem entre suas bandeiras a preservação da unidade regional. E vai se posicionar sempre contra tentativas populistas de descaracterizá-la, como faz agora o prefeito de Diadema, sabe-se lá por quais razões. Na unidade de suas cidades reside a força da região. Pensar e agir de forma diferente é andar na contramão.