Economia Titulo Paralisação
Metalúrgicos cancelam passeata na Anchieta, mas paralisam fábrica
Marília Montich
Do Diário OnLine
15/03/2017 | 08:46
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Marilia Montich/DGABC


A passeata dos metalúrgicos contra a proposta da reforma da Previdência e da terceirização do trabalho marcada para a manhã desta quarta-feira, na Via Anchieta, foi cancelada. Por conta da greve que afetou o sistema de transporte, muitos trabalhadores não conseguiram chegar à Volkswagen, em São Bernardo, de onde o protesto partiria rumo ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Centro da cidade. O ato integraria o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, organizado por sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical.

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC usaram carro de som por volta das 8h para falar para cerca de 600 metalúrgicos que se reuniram no estacionamento da montadora. Na ausência da passeata, ficou definido que a produção da fábrica será interrompida por todo o dia.

“Esta é a primeira grande atividade contra as reformas que estão sendo programadas pelo governo. Hoje é um dia importante, pois o Brasil inteiro está se mobilizando. Trata-se de manifestação daqueles que não querem que o País entre no curso da retirada de direitos. Várias nações já tiveram essa tentação e executaram maldades com a classe trabalhadora, o que não beneficiou em nada suas economias”, disse o presidente do Sindicatos do Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “É preciso encontrar um caminho de maior competitividade e de maior produtividade, mas não é retirando direitos e empobrecendo ainda mais o brasileiro”, completou.

Sem entrar em detalhes, Marques garantiu que mais ações estão sendo preparadas para as próximas semanas com o objetivo de chamar a atenção do poder público e criar movimento de resistência.

Apreensão e indignação diante das propostas do governo compõe o clima entre os metalúrgicos. “O governo está atacando nosso direito de se aposentar e temos que fazer algo, já que as regras do jogo mudaram mais uma vez”, disse o metalúrgico da Volkswagen Júlio César da Silva, de 38 anos. “Estou aqui hoje porque acho que se nos unirmos poderemos mudar essa situação. Temo muito pelo meu futuro e o dos meus filhos e netos”, complementou Genivaldo Brandão, 46, também funcionário da montadora. “Eu já sou aposentado, mas não é a realidade da maioria que está aqui. Quem conhece o dia a dia de um chão de fábrica sabe das dificuldades. Quando o empregado chega aos 50 anos, ele já está todo lesionado, pois há um desgaste físico muito grande. A aposentadoria é a nossa válvula de escape”, finalizou Sebastião Curi, 55.




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