Política Titulo Mauá
Sama pagou 4% pela compra de água da Sabesp desde 2013
Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
08/03/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) pagou 4,2% do total devido à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pela compra de água no atacado desde o ano de 2013, na gestão do ex-prefeito Donisete Braga (PT). No período, a estatal emitiu notas no valor de R$ 223,1 milhões, porém, a autarquia municipal pagou apenas R$ 9,3 milhões.

Ocorreram casos, como em novembro de 2014, nos quais o pagamento mensal chegou a 1,2% (R$ 50,2 mil) dos R$ 4,4 milhões devidos.

O procedimento se repetiu também em 2017, já na gestão Atila Jacomussi (PSB), quando a Sama pagou R$ 220,2 mil da conta de R$ 5,6 milhões relativa ao mês de janeiro. Em 2016, Mauá comprou R$ 61,2 milhões em água e pagou R$ 1,9 milhão.

A manobra da Sama reforça a tese defendida pela Sabesp de que a autarquia municipal não repassa em sua totalidade o valor do metro cúbico de água adquirido desde o início da década de 1990, quando o contrato entre as duas empresas foi rompido, na gestão de José Carlos Grecco (PSDB).

O débito da autarquia com a Sabesp soma R$ 2,5 bilhões, conforme relatório divulgado pela empresa ao vereador Manoel Lopes (DEM). O total do passivo da autarquia é composto por valores não pagos na compra de água e também por multas devido ao atraso nas faturas. Outra parte importante da composição da dívida é a indenização devida pela autarquia desde que assumiu o fornecimento em 1995, que já soma R$ 724,2 milhões. A conta ainda é composta por dois precatórios, que juntos chegam a R$ 86,7 milhões.

DIVERGÊNCIAS
O relatório mostra diferença substancial entre as tarifas cobradas pela Sabesp e pela Sama. Para efeito de comparação, ao longo do ano passado e a água foi comercializada pela Sabesp pelo valor médio de R$ 1,89 e a Sama vendeu o mesmo recurso pelo valor máximo de R$ 0,07.

O pedido de informações sobre o pagamento das faturas de compra de água pela Sama foi feito por Manoel, que questionou a diferença dos números. “É uma conta que realmente não fecha. Gostaria de explicações por parte da Sama a respeito do assunto”, apontou.

Em 2016, Donisete assinou uma PPP (Parceria Público-Privada), após concorrência vencida pela Odebrecht Ambiental. O acordo teria duração de 30 anos e conta com aporte de R$ 153 milhões e não contempla a dívida da autarquia. Mas a ordem de serviço não foi expedida por Donisete e Atila manteve a situação pré-PPP.

O atual superintendente da Sama, Israel Aleixo de Melo, foi procurado pelo Diário, mas não retornou até o fechamento desta edição. 




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