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PIB pode ganhar até 0,4 ponto com reforço das contas inativas do FGTS
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31/01/2017 | 07:26
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A liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve ter um impacto positivo no crescimento da economia de até 0,40 ponto porcentual. A projeção foi feita pela equipe de economistas do banco Santander. A instituição é mais otimista que o governo e prevê que valor próximo de 100% das contas inativas - cerca de R$ 41,4 bilhões - será sacado pelos trabalhadores e boa parte desse dinheiro reforçará o consumo das famílias nos próximos meses.

Estudo do Santander divulgado com exclusividade para o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, estima que a liberação das contas inativas do FGTS servirá como um empurrão para a economia que ainda luta para tentar deixar a recessão. Liderados pela economista Adriana Dupita, analistas do banco calculam que os recursos devem reforçar o consumo das famílias em até 0,7% nos meses seguintes à retirada do dinheiro.

Com a maior demanda dos consumidores, o Santander prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) pode ganhar reforço extra de até 0,40 ponto porcentual. A estimativa é que esse impacto aconteça entre 2017 e 2018, especialmente no início do período de liberação dos recursos. "Não é desprezível, especialmente diante da atual situação da economia", diz Adriana, ao citar que a estimativa considera o "efeito multiplicador" do consumo das famílias. O banco espanhol estima expansão de 0,7% do PIB em 2017 e 3,0%, em 2018.

Cronograma

A liberação do dinheiro foi anunciada pelo governo como um incentivo à economia. Todas as pessoas que possuem contas do FGTS que ficaram inativas até o fim de 2015 terão direito ao saque. O calendário para a retirada desse dinheiro será divulgado em fevereiro e é esperado que o cronograma, que deve começar em março, leve em conta a data de aniversário do trabalhador.

A economista do Santander explica que a projeção foi feita com base na premissa de que os cerca de 10 milhões de brasileiros que têm dinheiro nas contas inativas deverão retirar praticamente 100% dos depósitos. Segundo o governo, há R$ 41,4 bilhões nessas contas. A projeção do Santander é mais otimista que a Da equipe econômica que prevê saque de R$ 30 bilhões - cerca de 70% do total.

"A divulgação será muito grande e a informação chegará a quem tipicamente não tem acesso. Além disso, esperamos incentivo à retirada do dinheiro também pelo momento de dificuldade que o País vive", diz a economista. Historicamente, o saque das contas do FGTS tem adesão de cerca de 70% dos trabalhadores em situações previstas como aposentadoria e desemprego por mais de três anos. Mas, diante das condições citadas, o Santander prevê que o saque será próximo do valor integral.

Uma vez liberado, o dinheiro terá três destinos: consumo, pagamento de dívidas ou realocação para investimentos com melhor retorno. Os economistas do Santander dizem que é "praticamente impossível" projetar o uso preciso desses recursos diante do ineditismo da operação, mas citam que o consumo parece ter vantagem sobre as demais opções.

A casa assumiu "que os R$ 41,4 bilhões serão tratados pelos trabalhadores como aumento temporário de renda". Nesse caso, o banco projeta o efeito sobre a economia conforme o padrão histórico de reação dos consumidores quando há aumento de renda disponível. "Ainda que o impacto agregado possa ser modesto, a chegada inesperada de recursos usados para o consumo significa um estímulo bem-vindo para alguns segmentos específicos", citam os analistas do banco espanhol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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