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Agradar a clientela é o segredo da Banca Gomes
Matheus Angioleto
Especial para o Diário
31/01/2017 | 07:33
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 “Essa banca não vende nada”. A frase foi ouvida no ano de 2005 por Maristela Gomes, 50 anos, que, na época, demonstrou interesse em comprar banca de jornal localizada na Rua Andaraí, Vila Floresta, em Santo André. Após pechinchar o preço de venda – R$ 2.000 –, o negócio, até então abandonado pelos antigos proprietários, passou a fazer parte da família e ganhou o sobrenome Gomes.

O segredo da administradora para a manutenção do sucesso é tratar os clientes com carinho, como se fossem entes queridos. “A gente faz bastante amizade, acabamos tendo uma família, pessoas que fazem parte do nosso convívio e estamos juntos até em aniversários”, afirma Maristela. Cerca de 12 pessoas integram lista de confiança da jornaleira. São amigos e conhecidos que pagam pelos produtos adquiridos semanal ou mensalmente.

“Trabalho de segunda a segunda-feira, das 5h às 17h, e fecho às 14h no domingo”, ressalta a proprietária. São vendidos jornais, revistas, figurinhas, mangás e produtos de beleza. No entanto, a principal preocupação é com o atendimento. Durante as horas de trabalho ela se recusa a ficar sentada na cadeira. “Tem gente que fala que eu deveria ler todas as revistas, mas não dá. Às vezes, vejo a capa do jornal e fico interessada em ler tal matéria, mas passa o dia e eu não leio”, pondera se referindo à rotina intensa de trabalho.

Outro diferencial da Banca Gomes é oferecer 10% de desconto para pagamentos de qualquer produto no dinheiro ou no débito. “Tenho clientes que passam aqui para pegar jornais e revistas todos os dias antes do trabalho”, diz Maristela.

Engana-se quem imagina que os itens mais vendidos são jornais ou revistas. Conforme a proprietária da Banca Gomes, réplicas de carros em miniatura, vendidos por preços que variam de R$ 60 a R$ 70, comprados por colecionadores, têm procura intensa.

Maristela não revelou o time do coração, mas destacou a preferência do público. “Se o Corinthians é campeão, vendo bastante, é incrível. Já no caso do Palmeiras, que foi campeão há um tempo, ainda tenho os pôsteres”, brinca.

Problemas pequenos também são parte da rotina de Maristela, que em épocas de ventos fortes é obrigada a baixar parte da porta e a retirar da calçada suporte utilizado para exposição das revistas. “Teve vez que, quando ventou, precisei pegar revista no meio da rua”, conta.

O Diário destacará a história de bancas de jornal localizadas entre as sete cidades toda última terça-feira do mês.




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