O que quer que aconteça com o piloto brasileiro Rubens Barrichello neste domingo em Interlagos, este Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 ficará guardado na memória de Rubinho. Será sua primeira corrida com uma Ferrari no país, o desejo realizado de competir em casa com um carro competitivo. A partir das 14h (com transmissao da TV Globo), o piloto dará o segundo passo rumo ao sonho que teve início na Africa do Sul, em 1993, a bordo de uma Jordan: o de ser grande na F1.

Neste sábado, Rubinho guia o que há de melhor na F 1. Defeitos podem até ocorrer, mas nao é o tipo de coisa com que ele tinha que se preocupar antes de entrar na pista. Daí o seu crescimento na categoria. O brasileiro deixou de ser nanico. ``Tenho a grande chance da minha vida, com um carro que faz parte da história da Fórmula 1', diz, ciente da responsabilidade que ganhou por isso. O segundo lugar em Melbourne, no GP da Austrália, a primeira corrida de Rubinho na Ferrari deixou boas perspectivas para o brasileiro.

Trajetória - Chegar aonde está nao foi fácil. Bicampeao brasileiro de kart (87/88), campeao europeu de Fórmula Opel (90), campeao inglês de Fórmula 3 (91), Rubinho viveu uma fase mais de baixos na F1. Principalmente porque se pressionou depois da morte de Ayrton Senna, em 1994: Rubinho pôs na cabeça que tinha que ocupar o espaço deixado por Senna. ``Eu me coloquei muita pressao e isso me fez muito mal.' O carro nao ajudava - uma Jordan que era mais conhecida pelos defeitos. Os resultados, como esperado (pela fraqueza do carro), nao vieram. Apareceram gozaçoes.

Rubinho Barrichello virou o Rubinho Pé-de-chinelo, motivo de piada da turma do Casseta & Planeta. Tudo parece mudar agora. ``Acredito que a minha ida para a Ferrari consolidou o apoio a mim do povo brasileiro', afirma ele, que espantou as zombarias. Muito dessa virada na carreira se deve ao apoio que o piloto tem da família e dos amigos. Nas pistas, contou com a força de Christian Fittipaldi, com quem entrou na F1 mais ou menos na mesma época, Tony Kanaan, Pedro Paulo Diniz. ``Para mim e para o Ricardo (Zonta) é bom ter o Rubinho numa equipe forte com possibilidade de lutar pela vitória', conta Diniz.

O mais recente a ser conquistado por Rubinho é justamente Michael Schumacher, o alemao bicampeao mundial que tem fama de ser difícil de se lidar. ``Rubens é bom o suficiente para ganhar provas', afirma Schummi. Rubinho, agora, mostra confiança em si. ``Sei que tenho reais chances na equipe. Cabe a mim largar na frente e vencer', completa.