Número de famílias em área que faz parte de
parque localizado em divisa salta de 300 para 600
Estado e as cidades de Santo André e São Bernardo ainda patinam em soluções para resolver ocupação irregular em área que deveria estar integrada ao Parque Estadual Chácara Baronesa, na divisa dos dois municípios. Enquanto isso, o número de famílias residentes só faz aumentar. Segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em 2014 cerca de 300 famílias estavam na área. Dois anos depois, esse número chegou a aproximadamente 600, conforme anunciou ontem o secretário da Pasta, Ricardo Salles, em visita às duas cidades para cumprimento de agenda da qual também constou vistoria do parque.
O espaço pertence ao governo do Estado e, de acordo com Salles, foi pedido à administração andreense anterior à cessão de terreno para construção de habitações para remoção dessas famílias, porém, não houve resposta. A retirada dos moradores segue sem previsão, salientou o atual prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). “Vamos pedir uma agenda com o secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia. O máximo que a Prefeitura pode fazer, e já solicitei para verificar, é a cessão de uma área, mas a construção e remoção devem ser feitas pelo governo do Estado.”<EM>
O chefe do Executivo de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Orlando Morando (PSDB), frisou que o parque está “100% no território de Santo André”. E acrescentou que a divisa entre os municípios é feita pelo Córrego Taióca, mas que “ as virtudes e problemas são das duas cidades”. “Posso disponibilizar à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) terreno para fazer um programa para receber aquelas famílias. Da mesma forma, o prefeito de Santo André. É a ajuda que podemos dar. No mais, a responsabilidade é do Estado, mas nem por isso a gente quer se isentar do problema”, disse. “O que não podemos é continuar, todos os órgãos, com esse sentimento de omissão e achar que aquela ocupação é uma coisa normal”, completou.
O secretário estadual de Meio Ambiente afirmou que há recurso de R$ 7 milhões depositado em juízo, para recuperação da área, após a desocupação. Enquanto a retirada das famílias não ocorre, Salles declarou que a Pasta, em parceria com as prefeituras, fará, a partir de fevereiro, melhorias de infraestrutura, “respeitando as limitações orçamentárias”. Diante das dificuldades financeiras das administrações, o secretário declarou que a ideia é chamar o setor automotivo, “que tem participação maciça na região”, a fazer parte desse trabalho. “É até mais fácil, agiliza para a sociedade a execução dessas obras, porque no setor público tudo é licitado, enquanto o privado tem muito mais agilidade para contratar e implementar mudanças”, disse. O problema é que as montadoras passam por forte crise, tendo que demitir cada vez mais funcionários para se adequarem ao mercado. colaborou Yara Ferraz
Família de baixa renda alega que invadir área é a única opção
A auxiliar de limpeza Ana Paula Souza Santos, 31 anos, foi uma das moradoras da Chácara Baronesa que chegaram ao local durante o período de dois anos. O alto preço do aluguel de imóveis fez com que a família de baixa renda construísse um barraco no local. “Muitas pessoas fazem isso aqui. Não vou te dizer que gosto de morar aqui, nestas condições, mas é onde a minha condição permite”, disse ela, que recebe um salário mínimo (R$ 937) por mês.
Ana Paula vive com a filha de 2 anos e com o marido desempregado, de forma que responde pela única renda da casa. “ Vivemos em uma situação muito difícil e, por enquanto, não temos nenhuma expectativa de sair.”
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.