Projeto de urbanização e construção de moradias
em núcleo habitacional de Diadema segue inacabado
Após quase dez anos, a favela Naval, em Diadema, permanece com o projeto de reurbanização e produção de moradias inacabado, o que impede que pelo menos 18 famílias sigam sem realizar o sonho de ter a casa própria. O número faz parte de cadastro da associação de moradores, mas pode ser maior. Enquanto esperam a ação do poder público, os moradores tentam sobreviver com o benefício do auxílio-aluguel.
Esse é o caso da dona de casa Cristiana Lima, 42 anos, que morou na Naval desde que a mãe, 66, construiu um barraco. Elas foram retiradas em 2010 e passaram a alugar uma casa com o benefício, de cerca de R$ 400 mensais.
“São nove pessoas na casa da minha mãe. A gente trabalha e contribui para ajudar a pagar as outras contas. Cansei de procurar para mim, e agora fico só correndo atrás para ajudar minha mãe”, disse Cristiana, que trabalha como doméstica e também paga aluguel.
“Não estou pedindo nada de graça, a gente quer comprar a nossa casa. Dá a impressão de que somos esquecidos. Vivemos perto de ratos e baratas por causa das obras que estão paradas (canalização do Ribeirão dos Couros). Pagamos todos os impostos em dia e não temos o básico”, reclamou.
Carlos Rodrigues, presidente da associação filantrópica 25 de Julho, relata que o número de pessoas que ainda aguardam por moradia é pequeno. “Acreditamos que dois prédios seriam suficientes. Já passamos por uma situação bem pior.”
As obras na Naval fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), parceria entre o governo federal e a Prefeitura. São dois conjuntos habitacionais na área localizada próxima ao Corredor ABD. O projeto previa a construção de moradias para abrigar em torno de 130 famílias. Em julho de 2011, foram entregues 204 apartamentos no bairro Serraria destinados a moradores do núcleo.
Recentemente, a Prefeitura adiou por tempo indeterminado mais uma etapa do projeto. Conforme edital da administração, a licitação para elaboração de diagnóstico social e cadastramento socioeconômico das famílias foi adiado, sem previsão de nova data.
Conforme o Ministério das Cidades, o termo de compromisso assinado em novembro de 2007 com Diadema prevê a execução de obras de infraestrutura, produção habitacional, trabalho social e regularização fundiária, entre outras.
O processo está em andamento e 74,16% das intervenções estão concluídas. O investimento é de R$ 33,8 milhões, sendo R$ 22,5 milhões de repasse e R$ 11,3 milhões de contrapartida de Diadema.
Questionado sobre o adiamento, o ministério afirmou que o trabalho social na área já teve 36,25% de serviços executados. E que a responsabilidade é da administração.
Já Prefeitura de Diadema não retornou aos contatos da equipe do Diário até o fechamento desta edição.
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