Política Titulo Ribeirão Pires
Kiko nomeia envolvido no escândalo do Semasa

Roberto Tokuzumi, que delatou caso e é réu
na Justiça, vira secretário de Meio Ambiente

Felipe Siqueira
Especial para o Diário
11/01/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


O prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), nomeou o ex-vice-prefeito da cidade Roberto Tokuzumi como secretário de Meio Ambiente. Ele foi um dos protagonistas do escândalo do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) há quase cinco anos. Tokuzumi é réu junto ao ex-prefeito andreense Aidan Ravin (PSB) e outros nomes da autarquia da época. O Ministério Público, porém, pediu formalmente para que ele tenha pena reduzida por ter delatado o esquema.

Tokuzumi, de 1993 a 1996 foi vice-prefeito na chapa de Valdirio Prisco (morto em 2012). Na época, ele era filiado ao PRP. Em 1996, saiu candidato à Prefeitura de Ribeirão, mas perdeu para Maria Inês Soares (PT). Em 2000, tentou novamente, pelo PV, mas não obteve sucesso. A candidata do PT foi reeleita.

Sua mudança para Santo André aconteceu em 2009, quando assumiu a diretoria de departamento de gestão ambiental do Semasa. Neste cargo, ele tinha função técnica: avaliar as licitações para serem liberadas ao superintendente do Semasa na época, Ângelo Pavin. Com o tempo, as licitações passaram a demorar muito mais do que o normal para serem analisadas. Em 2012, Tokuzumi delatou ao MP que havia esquema dentro do Semasa para liberação de licenças, mediante pagamento de propina de R$ 300 mil a R$ 1 milhão.

Quem cuidava da parte de contatar as empresas e falar que o empreendimento não sairia do papel se o valor não fosse pago era o advogado Calixto Antônio Júnior. Calixto não era funcionário, mesmo assim tinha acesso diário às dependências do Semasa. O advogado, de acordo com denúncia do MP à Justiça, era operador do esquema. Todas as informações sobre as manobras no Semasa foram confirmadas por Tokuzumi em CPI na Câmara de Santo André. O relatório final não concluiu pela culpa dos agentes citados pelo ex-vice de Ribeirão.

Hoje, Tokuzumi responde pelo artigo 317 do Código Penal brasileiro, que consiste em receber vantagem indevida. Aidan, Calixto, Pavin e outros nomes envolvidos respondem por formação de quadrilha. Eles, separadamente, estão enquadrados em outros artigos também.

Para o MP, Tokuzumi colaborou com a Justiça e tem de ter pena reduzida. O caso é analisado na 1ª Vara Criminal de Santo André e não há data de julgamento do episódio.

Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que a contratação de Tokuzumi foi feita por causa da experiência que ele possui. O novo secretário informou, também por meio de nota, que foi o denunciante do esquema por não pactuar com a prática ilegal. Ele afirmou que o caso foi “tornado público por sempre pautar o próprio trabalho pela ética profissional, seguindo, com rigor, o compromisso com as instituições onde atua e, acima de tudo, com os princípios da transparência e da verdade”.




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