Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), divulgados ontem, apontam que o ritmo de demissões desacelerou no Grande ABC. O saldo de empregos formais (diferença entre contratações e demissões), em novembro, ficou negativo em apenas 38 vagas, ante 1.817 postos em outubro, e 1.546 no penúltimo mês do ano passado.

O último menor índice registrado foi em abril de 2014, quando registrou saldo negativo de 163 vagas.

Os setores de comércio e serviços foram os que mais contrataram, com saldo positivo em 1.085 e 427 vagas, respectivamente. Na área comercial, Diadema foi a cidade com melhor desempenho de admissões (308), seguida por Santo André (266 vagas), São Bernardo (236), Mauá (176), Ribeirão Pires (91) e São Caetano (13). Rio Grande da Serra registrou saldo negativo de cinco postos.

Já no ramo de serviços, os maiores geradores de emprego foram o município andreense (589), São Caetano (76) e Mauá (32).

O coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, atribui o resultado à sazonalidade que ocorre no fim do ano. “Esses números refletem o ajuste sazonal que se dá pelas contratações nesta época do ano. Mas, na realidade, não dá para colocar como algo muito firme, uma retomada, porque no fundo, temos o desemprego se estabilizando em patamar muito elevado”, pontuou o especialista.

O ramo da indústria teve 942 cortes e a construção civil 472.

Ao analisar o desempenho por cidade, somente Santo André e Mauá tiveram saldo positivo na geração de emprego com carteira assinada. A primeira gerou 542 postos no mês passado e, em seguida, vem o município mauaense, com 117.

ACUMULADO DO ANO

O volume de trabalhadores da região com carteira assinada demitidos neste ano até novembro pontuou saldo de 25.382 pessoas. O número é menor do que no mesmo período do ano passado, quando se registrou 33.742 postos eliminados.

Quando analisado os dados em 12 meses, as sete cidades tiveram saldo negativo de 34.482 vagas.

Balistiero explica que 2015 “foi um ano de ajuste muito forte” para as empresas. Por isso, agora, as estatísticas apontam desaceleração no ritmo de demissões. “Já prevendo que 2016 seria um ano difícil para enfrentarem, as empresas anteciparam o processo de demissão para 2015.”