Política Titulo Rejeição
PT terá a menor bancada de vereadores de sua história
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/12/2016 | 07:04
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Banco de Dados


Rejeitado nas urnas, o PT parte para o processo de reconstrução de sua credibilidade no Grande ABC, considerado seu berço político, com a menor bancada de vereadores de sua história. Os 16 parlamentares eleitos em outubro são, de longe, a menor representatividade do partido na região onde a legenda foi criada, em 1980. Além deste cenário desfavorável, não há prefeitos pela sigla a partir do dia 1º de janeiro pela primeira vez.

Antes do pleito de outubro, o bloco petista com menor número de integrantes foi registrado em 2008, quando 24 filiados emplacaram mandatos legislativos – à época, o petismo elegeu três prefeitos: Luiz Marinho (São Bernardo), Mário Reali (Diadema) e Oswaldo Dias (Mauá).

O PT foi criado oficialmente no dia 10 de fevereiro de 1980. Sua primeira eleição foi em 1982. Naquele pleito, emplacou o metalúrgico Gilson Menezes (hoje no PDT) como prefeito de Diadema. A bancada de vereadores na região foi de 28 militantes: seis em Santo André, sete em São Bernardo, quatro em São Caetano, seis em Diadema, quatro em Mauá e um em Ribeirão – em Rio Grande nenhum petista triunfou.

No pleito seguinte, em 1988, a sigla idealizada por Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao seu ápice no número de parlamentares na região: foram 41 eleitos, sendo significativos nove nomes em Santo André e em São Bernardo e oito em Diadema e em Mauá. Neste ano, foram três chefes de Executivo – Celso Daniel (Santo André), Mauricio Soares (São Bernardo) e José Augusto da Silva Ramos (Diadema).

Já no ano em que o PT atingiu o maior número de prefeitos, em 2000, o partido emplacou 36 vereadores, sendo nove em Santo André, seis em Diadema e Mauá e cinco em São Bernardo. Naquele ano, foram cinco os chefes de Executivo eleitos: Celso Daniel (Santo André), José de Filippi Júnior (Diadema), Oswaldo Dias (Mauá), Maria Inês Soares (Ribeirão) e Ramon Velasquez (Rio Grande).

Nas demais eleições, o PT conquistou 29 cadeiras em 1992; 32 em 1996; 26 em 2004; e 29 em 2012. Neste ano, foram eleitos pelo partido Eduardo Leite, Willians Bezerra, Bete Siraque, Luiz Alberto e Alemão Duarte (todos por Santo André); Tião Mateus, Ana Nice, José Luís Ferrarezi, Toninho da Lanchonete e Joílson Santos (por São Bernardo); Ronaldo Lacerda, Josa Queiroz e Orlando Vitoriano (por Diadema); Marcelo Oliveira (único de Mauá); e Benedito Araújo e Marcelo Cabeleireiro (em Rio Grande da Serra). São Caetano e Ribeirão Pires não terão representantes da sigla a partir do dia 1º.

Na contramão da derrocada das legendas consideradas de esquerda, siglas mais alinhadas à direita, como PSDB, e conservadoras, a exemplo do PRB, foram as que mais tiveram êxito. O PRB conseguiu mais que dobrar seus representantes: elegeu dez vereadores frente a quatro da eleição passada. A bancada tucana sai de nove parlamentares para 22 na próxima legislatura.

Sem prefeitos, legenda faz discussão sobre comportamento político

Sem comando de prefeituras no ano que vem, o PT discute em cada cidade seu comportamento político, embora o forte revés nas urnas de outubro tenha aumentado a insatisfação com os atuais expoentes dentro dos diretórios municipais.

A prova do estremecimento de credibilidade de algumas figuras graúdas do petismo é o ensaio de diversas candidaturas aos comandos das legendas no Grande ABC. Santo André, São Bernardo e Mauá podem registrar vários projetos internos, não apenas de alas mais radicais das agremiações.

Nas Câmaras, o posicionamento será por oposição às administrações, mas em alguns municípios petistas admitem não ter protagonismo como contrários aos governos. Em Diadema, por exemplo, a bancada do PT aceitou acordo com parte da base aliada do prefeito Lauro Michels (PV) para a eleição à presidência da Câmara. O partido, que sempre teve postulante interno, admite apoiar Rivelino Almeida, o Pretinho (DEM), como presidente da Casa numa composição de cargos na mesa diretora. Em Mauá, Marcelo Oliveira não foi à reunião do diretório do PT que deliberou por oposição irrestrita ao governo de Atila Jacomussi (PSB). A postura suscitou dúvidas com relação à posição do único petista no Legislativo mauaense durante o mandato.  




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