Ida do petebista ao governo enfraquece base, mas fortalece político do PSB
Diante da nomeação do vereador Edson Sardano (PTB) ao primeiro escalão (Pasta de Segurança) de Santo André, o parlamentar Almir Cicote (PSB), reeleito ao terceiro mandato e antes também cotado ao secretariado do prefeito eleito Paulo Serra (PSDB), ganha força, nos bastidores, para colocar seu nome na disputa à presidência do Legislativo. A licença do petebista na Casa, em acordo partidário, por sua vez, fragilizaria a futura base de sustentação do tucano, provocando propostas de manutenção do socialista no exercício do mandato.
PTB, do vice eleito Luiz Zacarias, e PSB integram o arco de aliados. Sardano expressava publicamente interesse em concorrer ao pleito para presidir a Câmara – hoje nas mãos do bispo Ronaldo de Castro (PRB). O petebista, ao assumir a vaga, abre espaço para o vereador Marcos Pinchiari (PTB), que ficou como primeiro suplente. Ronaldo, por outro lado, sinalizou, a princípio, adesão ao correligionário Roberto Rautenberg, mais bem votado. Os demais parlamentares têm evitado manifestar posição em relação ao páreo, que desde 2010 prega surpresas a cada embate, com diversas reviravoltas, sendo definida no dia da votação.
Cicote esquiva-se ao falar abertamente sobre a colocação de seu nome, porém admite a possibilidade de brigar pela segunda vez ao posto. “Existem algumas prospecções. Só que não tenho feito conversas (neste sentido). Hoje são 21 candidatos. Se os vereadores entenderem que é importante comandarmos a Casa, tranquilo, estou à disposição e enfrento o desafio, mas isso vamos dialogar também com o Paulinho, embora ele não vai ter gerência (na disputa interna), não vai colocar a mão”, pontuou o parlamentar, sondado, inicialmente, a chefiar a secretaria de Habitação do futuro governo – setor que ficou com Fernando Marangoni (DEM).
O socialista entrou na concorrência de 2010. Era considerado favorito às vésperas do processo, só que saiu derrotado, em placar de 11 a nove, favorável para José de Araújo (PSD). Então líder do governo Aidan Ravin (PSB), o hoje pessedista contou com suporte do homem-forte do Paço, Nilson Bonome (PMDB). Embora em outras condições, sem apoio do Executivo e duelando contra candidato patrocinado pelo governo, Donizeti Pereira (PV) e Ronaldo foram eleitos presidente para o biênio 2013-2014 e 2015-2016, respectivamente, em pleitos adversos.
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