Política Titulo Valdir Miraglia
CPI do Imasf pede prisão de ex-superintendente

Relatório indica crime doloso de Valdir Miraglia por rombo de R$ 100 milhões no caixa da autarquia de São Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/12/2016 | 07:00
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Divulgação


A CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) aprovou ontem relatório e pediu a prisão preventiva do ex-superintendente da autarquia Valdir Miraglia. O bloco indicou existência de rombo de R$ 100 milhões nas contas da instituição, além de diversas irregularidades em contratos e descredenciamentos de unidades.

O Imasf gerencia o plano de saúde de cerca de 20 mil servidores de São Bernardo, entre ativos e inativos. A CPI foi aberta neste ano, com objetivo de apurar os motivos da crise econômica pela qual o instituto atravessava.

No relatório, formulado pelo vereador e relator Julinho Fuzari (PPS), e assinado pelos demais vereadores que compõem a CPI, os parlamentares contestam o fato de o Imasf, quando Miraglia assumiu a função de superintendente em 2011, ter em caixa R$ 60 milhões e, quatro anos depois, registrar deficit comprovado de R$ 8,6 milhões. Somou-se ao rombo a ausência de comprovação de R$ 30,3 milhões de bens imóveis pertencentes à autarquia.

“Fizemos trabalho árduo de vasculhar todas as contas do Imasf, além de colher os depoimentos. Eu, particularmente, fiquei noites sem dormir buscando entender os motivos desta crise no Imasf. Identificamos que há crime doloso no episódio e há série de indícios de irregularidades maiores, que não estiveram no relatório da CPI, mas que serão levados às autoridades”, apontou Julinho.

O relatório vai para votação do plenário da Câmara amanhã. Se aprovado, seu conteúdo será endereçado ao prefeito Luiz Marinho (PT), ao Conselho Municipal de Saúde, à Promotoria de São Bernardo, ao MPF (Ministério Público Federal), ao Ministério da Saúde, ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), ao TCU (Tribunal de Contas da União), à PGR (Procuradoria Geral da República) e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Dentre outras irregularidades citadas no relatório final da CPI estão pagamento de R$ 159,3 mil à empresa Lumen Centro de Diagnóstico sem documento que comprove o serviço executado; ausência de comprovantes do contrato com Hospital São Bernardo, Hospital Brasil e Green Line; divergências entre os valores emitidos de notas fiscais pelas prestadoras de serviço e os lançamentos no sistema contábil do Imasf; e omissão do controle do estoque.

Autor do pedido de abertura de CPI, o vereador Pery Cartola (PSDB) celebrou o resultado do relatório. “Houve conclusão com tempo recorde e conseguimos apurar muito dos desmandos do Imasf. Acredito que a Casa vai corroborar com o trabalho (feito pela CPI)”, indicou.

Além de Julinho e Pery, participaram da CPI José Cloves (PT, presidente), Antônio Cabrera (PSB), Gilberto França (PMDB), Ramon Ramos (PDT), Mauro Miaguti (DEM), José Walter Tavares (PHS), Rafael Demarchi (PRB), Reginaldo Burguês (PSD), Roberto Palhinha (PTdoB) e Marcelo Lima (SD).

O Diário não localizou Miraglia para comentar o caso. Ele foi destituído em 2015, substituído por Glória Konno. 




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