Economia Titulo Natal
Vendas de Natal devem ter queda real de 14% na região

Expectativa é que a melhor data
para o comércio movimente R$ 236 milhões

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
09/12/2016 | 07:18
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Divulgação


O que costuma ser um período de gastos, neste ano deve preocupar os lojistas do Grande ABC. A perspectiva é de que no Natal, tido como a melhor data para o comércio, o consumidor da região desembolse 14% menos do que no ano passado, ao movimentar R$ 236 milhões entre as sete cidades. Quando comparado com o total injetado em 2015, a cifra é 7,4% maior. No entanto, ao se descontar a inflação acumulada no período de 12 meses, de 7,87%, ela é menor.

Neste ano, cerca de 674 mil famílias deverão comprar presentes para a data, ou seja, 25% da população da região, composta por 2,7 milhões de moradores. Os dados são da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) divulgada ontem pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista.

O preço médio que os consumidores pretendem pagar por cada presente é de R$ 176,50, e o gasto médio total não deve ultrapassar R$ 351. Comparativamente ao Natal do ano passado, apesar do aumento em termos nominais, o valor real dos presentes – aplicada a inflação do período – também apresenta redução, de 2,6%. Em 2015, o gasto total programado por consumidor era de R$ 378,88, e o preço médio de cada presente de R$ 167,84.

A explicação para esse desaquecimento nas compras natalinas é o cenário econômico que as famílias da região atravessam. “Há mais de 30 meses o Grande ABC apresenta perdas de postos formais de trabalho. Em 2016, a redução deverá ser de aproximadamente 30 mil empregos com carteira assinada, elevando para mais de 200 mil o volume de pessoas desempregadas na região neste fim de ano. Isso tem reflexo direto na massa de rendimentos dos que estão ocupados, que diminuiu 8,5% nos 12 meses encerrados em outubro”, aponta o coordenador do Observatório Econômico, Sandro Maskio. Os dados são do 13º Boletim EconomiABC, também apresentado ontem.

“O comércio da região é muito sensível e reflete instantaneamente o cenário real da economia local”, complementa Maskio.

Outra prova de que os consumidores não querem assumir dívidas e buscam descontos é o fato de cerca de 60% deles assumir que vão pagar os presentes à vista, metade com o uso do cartão de débito e a outra parcela com dinheiro. “A negociação com o comerciante fica mais fácil e isso traz desconto. O cartão de crédito, ainda muito usado pela população, aparece em terceiro lugar apenas, com 34,4% das intenções”, menciona a responsável pela PIC e coordenadora do curso de Ciências Econômicas, Silvia Okabayashi.

PREFERÊNCIAS - Perguntada onde as compras seriam feitas, a maior parte (45,6%) respondeu que escolhe o shopping para adquirir os presentes, pela segurança e possibilidade de encontrar produtos mais em conta em grandes redes. Tanto que, pela primeira vez, o preço do presente será fator determinante (36%). Em anos anteriores, eram levados em conta o desejo da pessoa e a qualidade do produto.

Os comércios de centro (36,5%) são a segunda opção e, os de bairro (7,2%), a terceira – mais prejudicados pela perda do poder de compra da população.

Dentre as escolhas dos presentes, os itens que mais se destacam são os de vestuários e calçados (47,9%), perfumes e cosméticos (15,1%) e brinquedos (12%). Vestuário e perfumes também são os produtos que as pessoas mais gostariam de ganhar, mas em terceiro lugar está o celular (10,5%).


Confiança da indústria é maior no Grande ABC do que no País

O Icei (Índice de Confiança da Indústria) no Grande ABC atingiu em novembro, pela primeira vez na análise conjuntural, número maior do que no Brasil: 53,9 contra 51,7, respectivamente. É o que indica a quarta edição do Boletim IndústriABC, recorte regional de pesquisa da CNI-Fiesp (Confederação Nacional e Federação das Indústrias do Estado), feito pela Universidade Metodista de São Paulo.

“Isso não significa melhora, apenas um olhar mais otimista. Acredito, inclusive, que para 2017, se a situação permanecer do jeito que está, estamos no lucro”, alerta o professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Metodista. Devido à intensa concentração de indústrias, a região torna-se mais sensível às reações positivas ou negativas.

Os fatores para que o Icei tenha melhorado são as expectativas em relação à economia brasileira (59,7 na região e 53,1 no Brasil) e quanto à empresa do industrial pesquisado (60,5 e 57,2, respectivamente). Quanto mais próximo de 100, maior o grau de otimismo. 




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