Quem depender de táxi até o fim deste mês pode preparar o bolso. Os R$ 2,40 da bandeira 2 - cobrado entre as 18h e 7h da manhã - também valem no horário comercial até dia 31. Segundo o Sinditaxi/ABC (Sindicato dos Taxistas do Grande ABC), a medida é usada para garantir pagamento mais gordo aos autônomos, já que não contam com o 13º salário.
"Todos ganham mais no mês de dezembro. Com isso, é costume colocar o valor da bandeira 2 neste mês para esses profissionais que não ganham bônus no Natal", conta o presidente da entidade, Odemar Ferreira.
No entanto, demais autônomos - como comerciantes, por exemplo, que também não têm o 13º - não cobram taxa maior no fim do ano para garantir o bônus. Esses profissionais liberais, que dependem do táxi reclamam que são prejudicados com a medida. "Também não tenho 13º, mas não posso aumentar o preço da minha mercadoria por conta disso", diz um lojista da região, que prefere não se identificar.
Com o valor, taxistas já passam a rodar as cidades da região cobrando exatamente o valor de reajuste nas tarifas pleiteado pelo grupo junto ao Consórcio Intermunicipal. No entanto, Odemar garante que isso não é uma maneira de adiantar o aumento. "É realmente um jeito de garantir um fim de ano melhor para os taxistas e sempre aconteceu assim", afirma.
O sindicalista completa que nos fins de semana, feriados e após as 18h, a tarifa segue a mesma e não pula para os R$ 2,83 solicitados pela categoria. "A bandeira 2, após as 18h e no fim de semana segue normal. A diferença é cobrada só durante a semana", explica.
HORÁRIO MAIS CURTO - Apesar do Sinditaxi Estadual garantir que o horário da bandeira 2 só começa a valer depois das 20h no Grande ABC, a tarifa maior casa com a saída do trabalho, às 18h. No entanto, Ferreira garante que isso é ajustado diretamente com os municípios onde os táxis circulam. "É preciso uma lei municipal justificando os horários e as tarifas, no Grande ABC, a bandeira 2 vale das 18h até as 7h da manhã."
REAJUSTE - O sindicato diz que aguarda para ainda este ano a aprovação do reajuste de 18% solicitado ao consórcio. O último acordo foi feito diretamente com cada uma das sete prefeituras em junho de 2008. Na época o aumento foi de 17,65%.
Caso o Consórcio aprove a medida, a bandeirada passará de R$ 2 para R$ 2,40 no horário comercial e de R$ 2,40 para R$ 2,83 na bandeira dois. A bandeirada inicial, que hoje está em R$ 4 na região, também deve ser alterada.
Taxa de retorno tem de ser negociada
Virou praxe no Grande ABC cobrar 50% mais no táxi quando se troca de município durante a corrida na região. No entanto, o presidente do Sinditaxi/ABC, Odemar Ferreira, afirma que a entidade recomenda aos profissionais que não cobrem o valor. "Se acontecer, isso deve ser negociado com o cliente antes do início do percurso", orienta Ferreira.
Apesar da declaração, quem já precisou começar uma corrida numa cidade e terminar na outra sabe bem o peso no bolso que isso causa e a dificuldade na hora de negociar o preço do percurso. Uma corrida de pouco mais de 15 quilômetros, por exemplo, não sai por menos de R$ 50. Deste valor, apenas R$ 33 equivalem ao percurso. Enquanto os outros R$ 16,50 ficam pela troca de cidade. O valor total é muito superior ao cobrado para sair daqui até o aeroporto de Congonhas, que hoje custa R$ 42,71.
"Era costume, se o táxi voltasse livre, que o cliente pagasse a taxa de retorno, mas isso não é uma obrigação", avalia Ferreira.
A equipe de técnicos do Consórcio Intermunicipal, que estuda o valor de reajuste solicitado pela categoria, também deve questionar a diferença nas tarifas pela troca de cidade. Uma das ideias de colocar a dicussão diretamente ao órgão é para que as taxas não sejam sobrepuxadas por nenhuma cidade em particular. "Queremos saber também porque algumas possuem valor diferenciado na cobrança de tarifas", explica o diretor de programas e projetos do consórcio, Claudio Deberaldine.
O sindicalista diz que o consumidor que não conseguir conversar com o taxista para diminuir o valor, deve anotar nome e placa do profissional e entrar em contato com o sindicato, que tem sede na Rua 11 de Junho, 559, bairro Casa Branca, em Santo André. PC
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