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Euclides da Cunha é destaque dos 'Cadernos'
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
08/12/2002 | 20:31
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O Instituto Moreira Salles (IMS) lança nesta segunda-feira a edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada a Euclides da Cunha (1866-1909). A edição, que corresponde aos números 13 e 14 da série, é a primeira voltada a um autor morto, tem 416 páginas e custa R$ 70.

Já que neste mês se comemora o centenário do lançamento da obra-prima de Euclides da Cunha, Os Sertões, o IMS traz de volta às livrarias o volume de estréia dos Cadernos de Fotografia Brasileira, totalmente dedicado a Canudos. Tem 308 páginas e custa R$ 63.

Assim como Os Sertões, esta edição dos Cadernos de Literatura Brasileira é dividida em três segmentos (A Terra, O Homem e A Luta, no caso do livro, e O Homem, A Terra e A Obra, no dos Cadernos).

O Homem contém uma biografia de Euclides da Cunha assinada por Roberto Ventura, professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP falecido em agosto. Este, portanto, é um dos últimos trabalhos de Ventura, que se debruçou sobre a obra de Euclides da Cunha por vários ângulos ao longo da carreira acadêmica.

Uma reportagem de Roberto Pompeu de Toledo e um ensaio fotográfico de Edu Simões, ambos sobre o universo do sertão nordestino constituem A Terra. Canudos, a comunidade liderada por Antônio Conselheiro e dizimada pelo Exército, ficava encravada na semi-aridez baiana.

Texto de autores diversos, como o economista Celso Furtado, o escritor João Ubaldo Ribeiro, o encenador José Celso Martinez Corrêa e o professor Leopoldo Bernucci, da Universidade do Texas, estão em A Obra.

Os Cadernos de Literatura Brasileira publicam, ainda, cinco poemas de Euclides da Cunha, que foi para Canudos como correspondente de guerra. Os Sertões é fruto de sua observação sobre a terra e o homem sertanejos e a Guerra de Canudos.

Num dos poemas, datado de 14 de outubro de 1897 – depois de sua volta de Canudos – escreve o autor: “Quem volta da região assustadora/ De onde eu venho, revendo, inda na mente,/ Muitas cenas do drama comovente/ Da guerra despiedada e aterradora/ Certo não pode ter uma sonora/ Estrofe ou canto ou ditirambo ardente/ Que possa figurar dignamente/ Em vosso álbum gentil, minha senhora”.

A abertura, nesta segunda, da exposição Canudos no IMS-Rio completa a celebração do Instituto Moreira Salles. As cerca de 300 imagens da mostra integram a seção Portfólio do primeiro número dos Cadernos de Fotografia Brasileira e foram produzidas por Flávio de Barros, único fotógrafo que registrou a Guerra de Canudos (1896-1897), e Cristiano Mascaro, entre outros.

Além das fotografias, manuscritos de Euclides da Cunha e Antônio Conselheiro e primeiras edições de Os Sertões compõem a exposição, que tem entrada franca. Mais informações pelo telefone (21) 3284-7400.




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