Cultura & Lazer Titulo
A preço de banana
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
05/11/2006 | 21:07
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Filme brasileiro em cinemas multiplex a apenas R$ 2 o ingresso. Duas raridades em uma só sentença. E em um só dia, também. Nesta segunda-feira, pelo sétimo ano consecutivo, a rede Cinemark promove o Projeta Brasil, programa que destina todas as sessões, de todas as 317 salas que a rede administra no país, à exibição de produções nacionais. E o custo da entrada, que em dias regulares pode chegar a astronômicos R$ 14, nesta segunda-feira sai a preço de bananas.

A escolha do dia remete a uma das supostas origens do cinema nacional. Em 5 de novembro de 1905, o português Antônio Leal usou um cinematógrafo para registrar imagens do Rio. O fato foi aceito como uma das três possíveis inaugurações do filme nacional e 5 de novembro entrou para o calendário como o Dia do Cinema Brasileiro.

No Grande ABC, são dois os pólos da Cinemark. Um no ABC Plaza Shopping, em Santo André, e outro no Extra Anchieta, em São Bernardo.

Infelizmente estão ambos, separados por poucos quilômetros, sujeitos à padronização de programação. Exceto pelo policial Achados e Perdidos, filme de José Joffily que passa somente no complexo andreense, a programação no ABC Plaza e no Extra são iguais.

Um dos principais critérios para estabelecer a grade de programação foi o apelo popular dos filmes. Para o pacote Santo André/São Bernardo, foram selecionadas comédias de fácil digestão como Mulheres do Brasil (de Malu de Martino), A Máquina (de João Falcão), O Gatão de Meia Idade (de Antônio Carlos de Fontoura), Casseta e Planeta – Seus Problemas Acabaram (de José Lavigne) e a dobradinha cômica de Daniel Filho formada por Se Eu Fosse Você e Muito Gelo e Dois Dedos d’Água.

Também por ocasião do magnetismo junto às massas, têm vez filmes que sintonizam a audiência infantil, casos de Didi – O Caçador de Tesouros, protagonizado pelo ex-Trapalhão Renato Aragão e co-dirigido por Paulo Aragão e Marcus Figueiredo; e de Xuxinha e Guto contra os Monstros do Espaço, animação que aproveita o carisma de Xuxa Meneghel e leva direção de Moacyr Góes e Clewerson Saremba.

Outra categoria que tem seu próprio quinhão no 7º Projeta Brasil é a dos longas-metragens que devem sua origem a peças teatrais de incontestável sucesso financeiro. A mencionar Trair e Coçar É Só Começar, comédia de Marcos Caruso adaptada para as telas por Moacyr Góes e protagonizada por Adriana Esteves, no papel da empregada doméstica Olímpia. E também Irma Vap – O Retorno, em que a diretora Carla Camurati reconstrói com tons metalingüísticos e humor pastelão o bem-sucedido espetáculo O Mistério de Irma Vap, com o providencial retorno aos personagens da dupla de atores Marco Nanini e Ney Latorraca.

Para dar à programação certa severidade e um luxo for export, passa nesta segunda-feira na região o drama Zuzu Angel, no qual Sérgio Rezende reconstitui a biografia da renomada estilista (Patrícia Pillar) e sua exigência por justiça depois de saber que o filho, Stuart (Daniel de Oliveira), foi vítima da ditadura militar vigente no Brasil dos anos 60 aos 80. Por fim, tem O Maior Amor do Mundo, filme mais recente de Cacá Diegues, com José Wilker e Taís Araújo no elenco.



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