Pacientes com procedimento agendado
terão que aguardar por tempo indeterminado
Comunicado que circula internamente no CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André informa que, desde ontem, estão suspensas as cirurgias eletivas – procedimentos que são programados e não considerados de urgência. Os pacientes agendados terão de aguardar por tempo indeterminado para passarem pelo processo.
A Secretaria Municipal de Saúde justificou que a medida foi necessária devido ao aumento “acima da média” de casos de urgência e emergência nas últimas semanas no CHM. “O comunicado, ofício de caráter interno para organização do serviço entre os profissionais da unidade hospitalar, refere-se ao atendimento dos pacientes que chegam pelo PS (Pronto-Socorro), uma vez que o hospital é referência regional para os casos de urgência e emergência, inclusive dos demais municípios do Grande ABC e de São Paulo. Ou seja, porta aberta de vítimas de acidentes de trânsito e/ou outros tipos de acidentes, que são encaminhadas via Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), UR (Unidade de Resgate) do Corpo de Bombeiros ou até mesmo pelos familiares”, explicou, em nota.
De acordo com a Pasta, na segunda-feira o hospital realizou oito cirurgias emergenciais e seis até as 16h de ontem.
Além da suspensão das cirurgias eletivas, consta no comunicado que também estão suspensas as internações clínicas vindas de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e PAs (Pronto Atendimentos). O documento informa ainda que “serão fechados quatro leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Adulto, seis leitos de enfermaria cirúrgica e seis leitos de enfermaria de clínica médica. Segundo a Secretaria de Saúde, o termo “fechar”, no jargão médico, não significa desativar, “mas sim reservar, prioritariamente, para os casos de urgência e emergência.
“A priorização se manterá até que o nível se normalize. Nesta terça-feira (ontem), os 30 leitos da UTI Adulto estão todos ocupados. No pronto-socorro, até as 17h30, estavam 12 pacientes na área vermelha; cinco na área amarela e 41 na área verde, que representam a superlotação do espaço por conta do número de atendimentos diários”, declarou.
A situação crítica é evidenciada logo na recepção, onde pacientes deitados em duas macas dividiam espaço
com pessoas que aguardavam por atendimento.
“É um descaso danado. As pessoas precisam disso aqui, mas tem que ser organizado”, disse a dona de casa Jessie da Costa Bertão, 53 anos, que visitava o irmão hospitalizado por dores abdominais.
A Secretaria Municipal de Saúde argumentou que as medidas em vigor são tomadas “também por outros hospitais públicos e privados quando a demanda é maior que a oferta”.
OBRA
Desde julho de 2015, o CHM passa por intervenções estruturais, com parte de recurso vinda do governo estadual. No início do segundo semestre deste ano, a Prefeitura concluiu a reforma e ampliação do pronto-socorro. Para o dia 21, está prevista a entrega de 14 novos leitos na ala amarela do PS, setor que também está passando por serviços de reestruturação.
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