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Rendimento escolar pode estar em risco
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
22/02/2011 | 07:07
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Mell Bertoldo tem 8 anos e desde os 5 usa óculos. A deficiência foi descoberta através de um mutirão realizado pela Prefeitura de Santo André na Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Darcy Ribeiro, no Parque Novo Oratório. Como ela, milhares de crianças sofrem com a perda gradativa da visão, o que pode prejudicar o rendimento escolar caso o problema não seja observado pelos pais ou professores. A situação pode ser confundida com falta de interesse em estudar, desatenção e preguiça. "Ainda bem que descobrimos logo. Aconselho todas as mães a levar as crianças ao médico o quanto antes", recomenda a mãe de Mel, a professora e bailarina Marlene Bertoldo, 33.

"A criança não sabe se expressar direito. Acaba compensando uma vista pela outra, pois algumas têm grau mais elevado em um olho do que no outro e elas não percebem. Pode ser que a criança fique até com vergonha de falar e às vezes elas nem demonstram sintomas", explicou a oftalmologista Rachel Gomes Nery, da Cerpo Oftalmologia, unidade de Santo André. A especialista recomenda a realização de exames preventivos desde os 3 anos. "O ideal é que toda criança em idade pré-escolar passe por consulta."

Entre as patologias oculares que ocorrem na infância, a ambliopia e o estrabismo são encontradas com mais frequência. A primeira trata-se da redução ou perda da visão em um dos olhos, ou mais raramente nos dois. A segunda corresponde à perda do paralelismo entre os olhos.

As recomendações são simples. É possível notar o problema se a criança precisa observar objetos de perto, assistir à televisão franzindo a testa ou piscando os olhos seguidamente. Dores de cabeça também podem evidenciar o surgimento de alguma deficiência.

AÇÕES PÚBLICAS
Em Santo André, a Prefeitura mantém desde 2009 o programa Educando com Visão. Aproximadamente 1.500 alunos das escolas municipais já foram atendidos desde então. Foram entregues mais de 500 óculos e encaminhados 87 casos, considerados mais graves, para acompanhamento médico.

Já em São Caetano, a Prefeitura mantém o projeto Amanhã Será Melhor, em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC, que atende alunos do 1º ao 9º anos. Os professores da rede têm uma tabela de acuidade visual para fazer o teste. Com o resultado, a escola encaminha para a faculdade, que seleciona os alunos que apresentam problemas para fazer exame específico.

Questionadas, as demais prefeituras da região não informaram a existência de programas de prevenção em vigência nas escolas.




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