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Mercado de trabalho já dá sinais de acomodação
22/10/2011 | 07:26
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O mercado de trabalho dá sinais de acomodação, após forte período de crescimento. A desaceleração da demanda no mercado doméstico nos últimos meses e o aumento do estoque na indústria, hoje no maior nível desde maio de 2009, reduziram as perspectivas de contratação nas fábricas para o último trimestre do ano, quando normalmente as admissões crescem. A queda da indústria já prejudica o nível de emprego nos serviços.

No comércio, o cenário também é de perda de fôlego das contratações. Mas, por enquanto, as admissões de trabalhadores temporários para o Natal embaralham o quadro do emprego no curto prazo.

"Isso não significa que o cenário será ruim para o emprego nos próximos meses. Mas o mercado de trabalho em boa parte de 2012 estará sob efeito de um PIB que cresceu 3,1%. E a perspectiva para o PIB no ano que vem não é grande coisa", diz o economista da LCA, Fábio Romão.

Dados de três pesquisas da Fundação Getúlio Vargas com cerca de mil empresários de cada setor - indústria, comércio e serviços - mostram uma piora significativa na perspectiva para o emprego nos próximos meses.

Em setembro, o indicador do emprego na indústria atingiu o menor nível desde junho de 2009, quando a economia começava a se recuperar da crise. O indicador considera o saldo entre a parcela de empresas que pretendem contratar e demitir nos três meses seguintes.

No terceiro trimestre deste ano, o indicador caiu 9% em relação a igual período de 2010. O indicador já havia recuado 2,1% no segundo trimestre, também na comparação anual.

Os segmentos industriais com piores expectativas para o emprego nos próximos meses são metalurgia, material de transporte, química, celulose e papel e material elétrico e de comunicações, todos com retração na casa de dois dígitos.

Sondagem mostra que houve piora no cenário de contrações para três meses nas empresas prestadoras de serviços, especialmente nas áreas de limpeza e segurança ligadas a empresas. O indicador do emprego previsto caiu 3,4% no terceiro trimestre ante 2010. "Estávamos a 100 quilômetros por hora e agora a velocidade caiu para 80", compara Luciano Galea, presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional.




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