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Ambulatório de Sexualidade ainda é desconhecido no ABC
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
11/05/2003 | 21:08
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Inaugurado em março deste ano, o Ambulatório de Sexualidade (ABSex), da Faculdade de Psiquiatria e Psicologia da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, em Santo André, ainda continua desconhecido, segundo seu coordenador, o médico Danilo Baltieri. O ambulatório atende gratuitamente pacientes com transtornos e disfunções sexuais por meio de tratamento psiquiátrico.

De acordo com Baltieri, como é uma novidade na região, os pacientes talvez ainda não conheçam o ambulatório. Até a inauguração, esse tipo de paciente só encontrava tratamento gratuito em São Paulo. O ABSex atende casos de transtorno da preferência sexual (pedofilia, sadomasoquismo e exibicionismo), disfunções sexuais (impotência, falta de desejo e ejaculação precoce) e transtornos de identidade (travestis).

O ambulatório tem cinco médicos, que todas as quintas-feiras fazem a triagem dos pacientes que procuram atendimento. O tratamento pode durar meses. Os que procuraram atendimento no ambulatório até hoje são basicamente homens com problemas de disfunção sexual.

O objetivo do ambulatório é atender principalmente os problemas de disfunção sexual, que são a maioria em ambulatórios especializados em sexo. Mas os médicos também querem estudar casos de abusadores, pedófilos, exibicionistas e até pessoas viciadas em sexo.

Para aumentar a quantidade de atendimentos, o coordenador do ambulatório discute com o Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância (Crami) o repasse de alguns casos da entidade para o ambulatório. “Em geral, pedófilos só procuram ajuda quando a família descobre e faz pressão para que ele se trate ou por ordem judicial, porque eles não encaram a pedofilia como doença e até acham que os médicos irão discriminá-lo. Mas é importante que a sociedade saiba que esses casos são doenças que devem ser tratadas”, disse Baltieri.

Outro problema citado pelo médico em que dificilmente as pessoas procuram ajuda profissional é a dependência sexual. “Primeiro as pessoas desconhecem que podem ser tratadas e depois não sabem em que lugar procurar ajuda, mas hoje já temos na região um local que trata essas doenças de forma correta e gratuitamente”, afirmou o coordenador do ambulatório.

Aos poucos, o ambulatório pretende expandir seu trabalho. Atualmente está sendo discutido um convênio para que psicólogos participem do tratamento dos pacientes. Alguns dos transtornos podem ter origem física, e, nesses casos, exames ginecológicos, urológicos e hormonais são feitos na própria Fundação e depois encaminhados para especialistas.

Os atendimentos acontecem todas as quintas-feiras à tarde, mas as consultas devem ser agendadas previamente no próprio ambulatório de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, na avenida Príncipe de Gales, 821, Santo André.




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