O Santo André dependerá da boa vontade da FPF (Federação Paulista de Futebol) para disputar o Paulistão de 2017. Depois de conquistar o acesso no campo, com o título da Série A-2 nesta temporada, o Ramalhão não vai cumprir o capítulo VII do regulamento geral da competição, que exige estádio no município onde a agremiação está sediada com iluminação, item que o Bruno Daniel não tem. Assim, o clube só será confirmado no campeonato caso a entidade ignore a determinação.

Desde 30 de abril, quando empatou com o Barretos e conquistou o acesso à elite, o Santo André e a Prefeitura sabiam que precisariam adequar o Bruno Daniel ao nível três do manual de infraestrutura de estádios, que exige, entre outras coisas, iluminação e gerador de emergência, mas as instalações não foram feitas. O prazo termina terça-feira, às 11h, quando acontece o conselho técnico do Paulistão, na sede da federação.

O Diário esteve no estádio e constatou que praticamente nada foi feito para resolver a questão. A fiação e a base onde serão instaladas as torres de iluminação estão prontas, mas não há sinal de refletores.

Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos da Prefeitura de Santo André, responsável pelo estádio, informou “que terminou a colocação das bases para a instalação das torres que abrigarão o sistema de iluminação. O procedimento de instalação do restante dos equipamentos necessários terão (sic) início a partir de novembro. Não há empresa contratada, os serviços até o momento foram executados por equipes próprias da Prefeitura”. O Paço, porém, não estipulou prazo para finalizar a obra e nem revelou se já realizou a licitação para a compra das torres e dos refletores.

A diretoria do Santo André assume que a situação é bem preocupante, mas aposta na tolerância da Federação Paulista. “Tudo que envolve o Santo André nos preocupa e o estádio também, claro. Mas estamos tranquilos porque o coronel (Isidro) Suita (responsável pelo departamento de infraestrutura de estádios da Federação Paulista) fez vistoria no Bruno Daniel há cerca de 20 dias e foi só elogios à nossa casa”, explicou o assessor da presidência, Carlito Arini.

De qualquer forma, o Santo André guarda cartas na manga para minimizar a falta de iluminação no Bruno Daniel. O precedente aberto com a permissão dada ao Água Santa neste ano, quando o clube foi autorizado a disputar o Paulista mesmo sem iluminação no Estádio do Inamar, em Diadema, sem a capacidade mínima exigida e sem os laudos técnicos, estará entre os argumentos utilizados pela diretoria do Ramalhão.

A Prefeitura também precisa liberar os dois novos vestiários que fizeram parte da modernização do estádio, a sala de imprensa e realizar a instalação dos dois elevadores que dão acesso a área reservada à diretoria e tribuna de imprensa.

Pelo regulamento, o Santo André tem de disputar o primeiro jogo em casa.