Eleições 2016 Titulo Após ataques
Após ataques, Capez diz que processará Donisete

Prefeito de Mauá acusou tucano de estar na máfia
da merenda de S.Paulo, mas tinha irmão no gabinete

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
25/10/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB) prometeu processar o prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Donisete Braga (PT), por ter citado seu nome ao se defender das denúncias de superfaturamento de merenda no governo petista.

O Diário mostrou no domingo que Donisete atacou Capez, acusando o tucano de estar envolvido na chamada máfia da merenda em São Paulo durante confronto entre prefeituráveis de Mauá, promovido pela TV+ no primeiro turno. Apesar de disparar contra o tucano, o irmão de Donisete, José Pereira Braga, o Zezinho Braga (PT), foi assessor da presidência da Assembleia, sob a chefia de Capez, durante um ano.

Em entrevista ao Diário, Capez classificou como “absurdas” e “covardes” as declarações de Donisete, citadas pelo petista quando foi questionado sobre as denúncias de superfaturamento de almôndega envolvendo sua gestão. “Espero que ele dê respostas aos questionamentos sobre os contratos (da merenda) de Mauá. Eu recebi (as falas do petista) com profunda surpresa e decepção, pois em todos os momentos que nos encontramos neste ano ele sempre mostrou solidariedade e me disse que eu era vítima de injustiça. Eu me surpreendo que, em razão de uma disputa eleitoral, ele faça ataques tão covardes como esse”, rebateu o tucano.

A Polícia Civil, por meio da Operação Alba Branca, investiga suposto envolvimento de Capez na cobrança de propinas em contratos celebrados entre a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) e a Secretaria Estadual de Educação – sobretudo no que se refere à compra de suco de laranja. Convênios como este em diversos municípios do Estado, entre eles São Bernardo, também são investigados.

O parlamentar nega as acusações e diz ser vítima de perseguição política. “Tive ascensão política muito rápida. Eu me tornei o deputado mais votado e presidente da Assembleia. Também chegaram a comentar, contra a minha vontade, que eu poderia disputar um cargo para governador em 2018”, observou o tucano, ao condicionar sua inocência à gerência do orçamento da Assembleia. “Eu tinha R$ 58 milhões já empenhados para gastar em contratos (na Casa). Nós fizemos renegociação, pregões eletrônicos e economizamos R$ 24 milhões em 2015. Aí eu pergunto: alguém que procede desta maneira iria se envolver em um caso como esse de merenda? Isso é uma coisa sem pé nem cabeça.”

Capez comparou ainda as falas de Donisete, que o chamou de “ladrão de merenda”, à prática nazista. “Quem fazia muito isso era o ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, que dizia que uma mentira repetida 1.000 vezes se transforma numa verdade. O Donisete sabe que sou honesto e foi capaz de falar uma aberração como esta em razão da eleição. Espero que ele ponha mão na consciência.”<EM>

Sobre a passagem de Zezinho Braga no Parlamento paulista, Capez argumentou que a nomeação do irmão de Donisete foi feita pelo deputado Enio Tatto (PT), que confirmou a versão do tucano. Como assessor especial parlamentar da Assembleia, Zezinho chegou a receber R$ 20,6 mil, salário este maior que o do próprio irmão prefeito. Segundo Capez, a atuação do petista era de “atividades técnicas e burocráticas” voltadas à presidência. 




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