As fontes, que preferem não se identificar pela importância das negociações, disseram neste domingo que os líderes da UE pretendem ter conversas telefônicas com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, sobre o cancelamento da cúpula marcada para quinta-feira, se o apoio da Bélgica para o acordo não estiver assegurado dentro do prazo.
O acordo precisa de unanimidade entre os 28 países da UE, e na Bélgica, precisa de unanimidade entre suas regiões. A região francófona da Valônia, com população de 3,5 milhões de pessoas, é o único que se recusou a aprovar o pacto comercial.
Durante a semana passada, a Bélgica perdeu dois prazos anteriores, e o Canadá chegou a deixar brevemente as negociações comerciais, antes de voltar um dia depois.
A região belga da Valônia ficou no caminho do acordo CETA, abreviação em inglês para o Acordo Econômico e Comercial entre a Europa e o Canadá. O acordo entre mais de 500 milhões de cidadãos da UE e 35 milhões de canadenses eliminaria quase todas as tarifas.
Os políticos em Valônia argumentam que o acordo proposto prejudicaria o mercado de trabalho, o meio ambiente e os padrões de consumo, além de permitir que multinacionais acabem com as atividades de empresas locais.
Novas tentativas foram feitas neste fim de semana para influenciar o líder de Valônia, Paul Magnette, a assinar o pacto. Magnette disse que a região ainda via "algumas pequenas dificuldades". Um acordo melhor poderia reforçar as normas da UE e definir um forte precedente para futuras negociações comerciais entre a Europa e os seus parceiros, disse ele.
A ministra do Comércio Internacional do Canadá, Chrystia Freeland, se afastou das negociações de sexta-feira dizendo que a UE parecia incapaz de assinar o acordo. No entanto, ela voltou para as conversações no sábado.
Os líderes da UE têm advertido que o fracasso em fechar o negócio com o Canadá poderia arruinar a credibilidade do bloco como um parceiro comercial, e dificultar negociações com os Estados Unidos, Japão e outros aliados.
Um acordo de livre comércio semelhante a ser negociado entre a UE e os Estados Unidos estão enfrentando muito mais oposição do que o pacto Canadá. O progresso sobre o acordo americano parece improvável até que o novo presidente dos EUA tome posse em janeiro. Fonte: Associated Press
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