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Região conta com 15 mil militantes de partidos
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
20/10/2002 | 20:11
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O PT tem o dobro de militantes do PSDB na região. Enquanto os tucanos contam com cerca de 5 mil pessoas para atrair votos no Grande ABC, o PT possui um exército de 10 mil militantes, segundo dados das coordenações das campanhas na região. Além desses 10 mil que ajudam voluntariamente o partido, o PT conta ainda com 2,7 mil pessoas para trabalhar nessa eleição, estas ganham uma ajuda de custo de R$ 300 por mês.

O Diário entrevistou militantes de ambos os partidos (PT e PSDB) e acompanhou seu trabalho pelas ruas da região. Seja tucano ou petista, a verdade é que não é fácil ser militante. Eles precisam estar preparados para fugir de ataques de cachorros; levar duchas indesejadas e ver a porta bater com força a poucos centímetros de seus narizes.

O vereador de São Caetano e coordenador da macro-região do PT, Hamilton Lacerda, acentua um diferencial no perfil do militante de seu partido: o alto grau de espontaneidade. O militante petista distribui bandeiras, vende estrelas (broches), entrega panfletos. “Se essa forma de comportamento continuar nas próximas eleições, estamos no caminho certo”, comenta Lacerda.

O ex-presidente do PSDB de Santo André, Sérgio Lúcio, admite a superioridade do adversário em termos de militância. “Estamos longe do PT, que é um partido mais antigo que o nosso. Eles possuem várias prefeituras na região e muitos dos funcionários municipais fazem campanha para os candidatos do PT.”

Outra diferença, segundo Lúcio, é de ordem disciplinar: “O PT é um partido radical, que exige disciplina de seus militantes. O PSDB oferece mais liberdade.”

Bem-estruturado na região onde nasceu, o PT tem a seu favor um arsenal de cinco prefeituras (Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) – o PSDB tem uma (São Bernardo) –, 33 vereadores (o PSDB tem 13), milhares de filiados e uma massa anônima de militantes, que percorrem a região bairro-a-bairro, rua-a-rua, porta-a-porta, para cabalar votos.

O resultado dessa poderosa infra-estrutura tem sido positivo para o PT. Abertas as urnas da região, em 6 de outubro, os candidatos do PT demoliram seus oponentes. O candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 782 mil votos no Grande ABC contra 245 mil de José Serra. O candidato a governador pelo PT, José Genoíno, pegou 532 mil votos, enquanto Geraldo Alckmin ficou com 427 mil.

A vice-presidente do PT de Santo André, Cristina Pechtoll, explica como funciona a estrutura organizacional petista. É uma rede ampla formada por integrantes de diretórios, lideranças de setores (educação, movimento de mulheres, habitação, bairros), organizadas por uma “instância macro-região”.

Em época de eleição, é criado um comitê unificado, para tocar o dia-a-dia da campanha e promover atividades de ruas ou reuniões fechadas (almoço com empresário, chá para mulheres). A própria Cristina participa do corpo a corpo com o eleitorado.

Será que esse trabalho de militante pode alterar o resultado de uma eleição? O ex-presidente do PSDB afirma que sim. “O corpo-a-corpo ajuda muito porque conquista o voto do eleitor indeciso.” Segundo Lúcio, a pessoa se sente valorizada quando é procurada por um militante. “Eu também faço esse trabalho. Vou para a rua. É sempre um exercício de cidadania.”




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