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De volta à Fofolândia

Orival Pessini, que deu vida ao carismático Fofão,
entre outros personagens, se despede aos 72 anos

Marcela Munhoz
15/10/2016 | 07:00
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Divulgação


Os bons personagens nunca envelhecem ou morrem. No máximo, retornam ao lugar de onde vieram, alegres e saltitantes. E o mais legal desse superpoder é que levam consigo, de mãos dadas, os atores que os trouxeram à vida. Neste momento, Fofão – criatura atrapalhada de enormes bochechas, sucesso entre as crianças da década de 1980 – está levando Orival Pessini para, finalmente, conhecer a Fofolândia. Aos 72 anos, o ator, e criador do alienígena, morreu em São Paulo. O ator estava internado no Hospital São Luiz, no Morumbi, há duas semanas em decorrência de um câncer no baço. Ele foi enterrado ontem à tarde no Cemitério Gethsêmani.

No ‘bonde’ das figuras exóticas rumo ao planeta fictício, estão também personagens marcantes como o hippie Patropi, o locutor Juvenal, o aposentado reclamão Ranulpho Pereira, o estilista Clô e o macaco Sócrates. Todos inventados e interpretados por Pessini. Nascido em 6 de agosto de 1944, em Pompeia – região de Marília, Interior de São Paulo – o artista ficou conhecido por criar máscaras de látex para cada personagem. Mas ele, que começou na TV Tupi em 1963 no infantil Quem Conta Um Conto, também atuou de cara limpa. Em 2014, Orival atuou sem máscara na série global Amores Roubados como o padre José, contracenando com Patrícia Pillar. Também participou do filme Carrossel, em 2015, como o Sr. Campos.

NOSTALGIA

Fofão foi criado por Pessini em 1983 para o programa Balão Mágico, da Rede Globo. Depois ganhou própria atração, dezenas de produtos licenciados e até foi homenageado pela escola de samba Rosas de Ouro, em 2014. O próprio definia o alienígena como mistura de porco, cachorro, urso e palhaço. “Ele me passa o sentimento do ET, do filme do Steven Spielberg. Não queria uma coisa bonitinha, mas simpática, com calor humano, amor”, declarou.

E parece que a ideia de Pessini deu certo também com quem trabalhou diretamente com o Fofão. O cantor Jair de Oliveira, que participou do Balão Mágico como Jairzinho, fez questão de prestar sua última homenagem ao artista e colega. “Pessini garantiu brilho intenso no sorriso de cada admirador. Em meu sorriso, ele brilha exageradamente em todos os dentes. Brilhe mesmo, brilhe sempre, meu bom e querido amigo”, declarou.




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