Finalmente, após seis meses, o Bruno Daniel voltará a receber jogos do Santo André. Com a liberação do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), restava apenas o aval da Federação Paulista para que o Ramalhão pudesse voltar para casa.

Ontem, no entanto, o Ministério Público vetou o estádio porque a Prefeitura não cumpriu exigências contidas em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado dia 25 de março de 2010 pelo diretor de Esportes Almir Padalino. A entidade liberou ontem o local para jogos, mas sem presença de torcedores.

Entre as exigências solicitadas pelo MP estão a instalação de para-raios, saídas de emergência, laudo de estabilidade estrutural e melhorias nas instalações elétricas. Caso a Prefeitura não cumpra as exigências que constam na TAC nos próximos dez dias, o município está sujeito à execução civil, ou seja, podem ser aplicadas desde multa até penalizações mais severas contra a administração comandada pelo prefeito Aidan Ravin (PTB).

A pendência com o MP explica por que a Prefeitura refutava quando a questão era a construção dos muros isolando o setor das antigas cadeiras cobertas solicitados pela Polícia Militar para garantir que o estádio tinha segurança para receber partidas de futebol.

Após a construção, que demorou 78 dias - os materiais necessários estavam no estádio desde 1º de dezembro e a obra só foi concluída dia 16 de fevereiro -, deu-se sequência na documentação para a liberação do estádio e evidenciou a falta de compromisso da administração municipal com o MP, já que o TAC foi assinado há quase dois anos e até hoje não foi cumprido.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura não se pronunciou sobre o assunto.

ALÍVIO

Mesmo contrariado por não ter resolvido de forma integral o problema, o diretor de futebol do Santo André, Sérgio do Prado, comemorou a possibilidade de usar o estádio.

"Na pior das hipóteses vamos jogar os últimos três jogos como mandantes da Série A-2 no Bruno Daniel com os portões fechados, até que a Prefeitura cumpra os itens do TAC. Se isso acontecer o estádio será liberado para a presença de público", explicou o dirigente.

"Por enquanto, quem havia sido penalizado era o clube e o torcedor, agora é apenas o público, que não poderá acompanhar os jogos", completou.

Assim, a estreia do Santo André em casa na Série A-2 do Paulista será na 16ª rodada, contra a Ferroviária. As outras duas partidas do Ramalhão como mandantes serão diante de São José, dia 21, e no encerramento da fase de classificação, contra o União Barbarense, dia 1º de abril.

"Era complicado treinar no Bruno Daniel com 66 metros de largura e jogar no 1º de Maio, que tem 70. Parece pouco, mas para quem conhece um pouco de futebol sabe que faz a diferença, além do tipo de grama e outras coisas. Não é desculpa, mas esperamos que melhore o desempenho da equipe atuando em casa", finalizou Sérgio do Prado.