Problema afeta pelo menos dez pacientes do município que realizam tratamento na Apae
Crianças com deficiência e que realizam tratamento na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Diadema estão sendo prejudicadas pela interrupção da oferta de micro-ônibus por parte da Prefeitura aos pacientes. O problema afeta pelo menos dez famílias do município.
Segundo os pais ouvidos pela equipe do Diário, os micro-ônibus disponibilizados pela Prefeitura não cumprem com a agenda de dias e horários para o tratamento dos pacientes. Com isso, as famílias acabam perdendo consultas e exames pré-agendados no local.
Diagnosticada com Síndrome de Angelman, doença que causa atraso no desenvolvimento intelectual e na fala, além de distúrbios no sono e convulsões, Daíse do Nascimento Assis, 21 anos, faz tratamento na Apae de segunda a sexta-feira, e depende do transporte ofertado pela Prefeitura para chegar ao local. A mãe, a dona de casa Dinamar Assis, 53, revela que não foram poucas as vezes em que elas perderam o dia de tratamento porque o micro-ônibus não foi disponibilizado. “Isso acontece faz tempo. Simplesmente não apareciam e não avisavam. Já fiquei mais de uma hora esperando, com chuva, no frio”, reclama a moradora do bairro Campanário.
Dinamar revela que, para chegar até a Apae, na Vila Nogueira, tem de pegar duas conduções, o que torna o percurso inviável tanto do ponto de vista financeiro quanto prático. A família, que também é composta pela mãe da dona de casa – já idosa e com deficiência mental –, tem como principal fonte de renda auxílio do governo federal. “Minha família vive com dois salários mínimos por mês (R$ 1.760). Sem falar que preciso cuidar das duas. Quando saio com a Daíse, minha mãe fica sozinha”, lamenta.
A munícipe revela ainda a dificuldade que a filha enfrenta para utilizar o transporte público municipal. “Ela (Daíse) tem 21 anos, mas com a mente de uma criança. Temos muita dificuldade para subir e descer as escadas do ônibus”, revela.
Dinamar comenta que outros pais também passam dificuldades por conta do transporte ineficiente. “Não é só minha filha, cadeirantes e pessoas com outros tipos de deficiência precisam do transporte. Eles têm esse direito e a Prefeitura não pode ignorar a situação. Eles (motoristas do transporte especializado) dizem que o problema é causado por falta de gasolina ou manutenção dos veículos. É inadmissível”, desabafa.
Questionada, a Prefeitura de Diadema não se pronunciou sobre o tema.
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