Após instaurar inquérito, a Polícia Federal vai dar sequência à série de depoimentos para investigar suspeita de crime eleitoral cometido pelo prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), durante a eleição de 2008. O petebista, porém, sustentou que as denúncias levantadas são infundadas e eleitoreiras. A acusação de eventual caixa 2 foi realizada pelo empresário Hélio Tanaka, proprietário da gráfica Nossagraf. O caso está sendo averiguado desde 2009.
O indício principal seria suposto depósito bancário de R$ 214 mil da empresa Consladel na conta do coordenador de programas da Prefeitura, Charles Couto Camargo, e uma nota fiscal, no mesmo valor, da gráfica Carimbos Brasil, situada em Campinas, o que comprovaria nota fria. No processo, a gráfica diz que restituiu o valor à Consladel. Não há doação oficial da Consladel na prestação de contas da campanha petebista enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.
Aidan considera "deselegante" da parte do PT não aceitar a derrota em 2008. A Prefeitura não irá se pronunciar por avaliar que "a investigação está em curso e se trata exclusivamente de denúncia feita durante o processo eleitoral".
A PF ouvirá amanhã os sócios da Consladel, Jorge Moura e Nagibi Labibi. Segundo Jorge, não houve uma doação sequer à candidatura. "A nota fiscal não está contabilizada na Consladel. Íamos fazer a doação de material impresso na Nossagraf para o Aidan, mas quando vimos que a empresa não tinha condições estruturais, não fizemos e o serviço não foi concretizado. No fervor do interesse político, o PT está acreditando em xerox."
Jorge relatou que Marcos, irmão de Charles, o procurou para fazer doação e apresentou Tanaka. "O fato é verdadeiro, mas achamos que não iam conseguir entregar. Não existiu doação, muito menos extraoficial." O empresário afirmou que possui laudo do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) que constata que não há transação do porte na planilha financeira da empresa. Outros dois nomes serão intimados a depor na PF: Charles e o secretário de Obras e Serviços Públicos, Alberto Casalinho, um dos coordenadores da campanha de Aidan.
Para o vereador Tiago Nogueira (PT), a cópia do depósito de R$ 214 mil supostamente feito pela Consladel na conta da gráfica Carimbos Brasil, apresentada pelo denunciante Tanaka materializa caixa 2. "A operação foi tentativa de esquentar dinheiro frio. Era empresa de fachada para esconder ação ilegal. " O petista alegou que a Consladel investiu na campanha para ser beneficiada posteriormente. "A Consladel é prestadora de serviço com contrato de R$ 7 milhões só em 2011. Falta quebrar sigilo telefônico, bancário e fiscal dos envolvidos. Tanaka era alguém de dentro do esquema e relatou após se sentir prejudicado, é o homem-bomba da operação."
Plano Diretor deve sair do papel depois de dez meses
Após dez meses emperrada na pauta da Câmara de Santo André, a revisão do Plano Diretor deve sair do papel. O projeto está travado por conta da quantidade excessiva de emendas ao texto original. Porém, depois de entendimento entre vereadores e governo Aidan Ravin (PTB), a matéria tende a ser apreciada em plenário até fim de setembro.
Segundo o secretário de Orçamento e Planejamento, Arnaldo Augusto Pereira, que ocupa temporariamente a Pasta de Gabinete, das 89 emendas apresentadas 1/3 será acatado pela administração. "Fizemos acordo com os autores das propostas. Ficou acertado que 2/3 não seriam possíveis."
Arnaldo relatou, entretanto, que a Prefeitura só baterá o martelo depois do retorno do titular da Pasta, Nilson Bonome, que está de férias e voltará aos trabalhos na segunda-feira. Para o secretário, análise da abertura das emendas foi técnica. "Não podemos fazer política em projeto dessa grandeza, que pode ser aperfeiçoado."
Entre os itens abordados estão a revisão do processo de verticalização, replanejamento de bairros e critérios para indicar impacto de vizinhança. "O projeto define diretrizes em locais saturados para nos adequar à demanda de serviços públicos e impacto de trânsito."
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