José Auricchio Júnior, do PSDB, voltará a
comandar a cidade que governou por dois mandatos
Quatro anos depois de deixar a Prefeitura de São Caetano, José Auricchio Júnior ( PSDB) voltará a comandar a cidade que governou por dois mandatos (2005-2008 e 2009-2012). Eleito no domingo com 34,34% dos votos válidos), Auricchio diz, em entrevista exclusiva ao Diário, que a prioridade é criar Controladoria Geral do Município e mudar o sistema de compras de medicamentos, hoje sob custódia da Fundação do ABC. “População de São Caetano espera muito trabalho. Vamos arregaçar as mangas e ir às ruas para enfrentar os problemas da cidade.”
O sr. venceu a eleição numa margem muito apertada. Qual análise o sr. faz da eleição de domingo?
Disputei eleição a prefeito em todas as condições, sendo o candidato da máquina (em 2004) e ganhei, concorri à reeleição (em 2008) e ganhei e sai vitorioso agora. Esta é a que tem maior valor do ponto de vista de conquista. Nenhuma outra foi assim. Ainda que em 2004 eu enfrentei um candidato competitivo, que na época era o Hamilton Lacerda (PT), eu era a máquina, tinha o apoio do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004). Em 2008, foi eleição mais plebiscitária.
Como responder a esse recado das urnas?
Primeiro a sociedade espera, especialmente em São Caetano, muito trabalho. Temos de arregaçar as mangas e ir às ruas resolver os problemas da cidade, com padrões éticos que é o que nós vamos imprimir desde o primeiro dia. Aliás, uma das principais prioridades será a Controladoria Geral do Município, que vamos formatar durante o período de transição. Quero chegar no dia 1º de janeiro com a controladoria montada ou pelo menos estruturada para enviar projeto de lei à Câmara. Acho que respondendo a sociedade com trabalho e com padrões de responsabilidade a população vai saber avaliar isso de forma adequada e em época oportuna.
Como será a controladoria?
O controlador será nomeado pelo prefeito, subordinado a um conselho. Isso ainda é pré-projeto. Estamos definindo. Abaixo do controlador teremos o corregedor-geral e o ouvidor-geral do município. Nós estamos ainda tentando ver junto ao governo do Estado a formatação da Corregedoria do Estado como é que funciona. Talvez a gente adote algo semelhante.
Como será feita a transição de governo?
Estamos estabelecendo nesta semana um escritório de transição de governo. Estamos formando equipe que vai comandar. Não entrei em contato nem recebi nenhum comunicado do governo ou do pessoal dele (Paulo Pinheiro, PMDB). A única candidata que me ligou foi a vice-prefeita (Lucia Dal’Mas). Mas estou esperando. Se a gente não tiver nenhuma resposta, assim que tivermos com o escritório formatado a gente vai comunicá-los oficialmente.
Já tem os nomes que comporão a equipe da transição?
Ainda estamos definindo. Mas vamos trazer alguns integrantes para essa equipe, gente ligada ao planejamento do governo do Estado, que já trabalhou junto ao Tribunal de Contas. Vamos trazer um grupo técnico para dar suporte a essa equipe de transição.
E o secretariado?
Também ainda estamos definindo isso.
O sr. espera herdar dívida da atual gestão?
Primeiro eu quero deixar claro que não é dívida. O que ele vai deixar para nós são restos a pagar. Tenho certeza disso até porque essa nomenclatura foi feita de forma equivocada e de má-fé. Não é porque agora eu ganhei eleição que vou falar que ele vai deixar dívidas.
Como será o novo sistema de compra de remédios?
Hoje você tem mecanismo de compra via Fundação do ABC, que é uma caixa-preta. Hoje, vide que teve noticiário nacional, surgiram denúncias de superfaturamento do remédio. Isso precisa ser corrigido. Com você corrige isso? Trazendo de volta para a Prefeitura, por meio de realização de licitações. Ainda que fique sob custódia da Fundação, que seja feita de forma transparente e clara.
Há necessidade de auditoria nos contratos da administração municipal?
A responsabilidade disso é do Tribunal de Contas do Estado. Não é do Executivo. A Prefeitura tem de governar.
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