Levando em consideração algumas mudanças econômicas e financeiras do País, de junho de 2003 a agosto deste ano, mais 14,2 milhões de famílias passaram a ter renda suficiente para comprar um automóvel zero-quilômetro.
A afirmação é audaciosa, mas faz parte de estudo desenvolvido pelo Grupo Santander. Para chegar na conclusão, os pesquisadores cruzaram dados de indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), BC (Banco Central do Brasil), Fenabrave (Federação Nacional de Veículos Automotores), Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) e cálculos do banco.
A premissa para o resultado é que as famílias têm capacidade de pagar parcelas de um veículo comprometendo até 30% da renda mensal. Considerando os 48,39 milhões de domicílios brasileiros, 38,3% teriam orçamento suficiente, ou seja, um total de 22,4 milhões de famílias em agosto.
O valor da parcela mensal estipulada pelo banco para um carro novo, em agosto, era de R$ 593. Portanto, a renda mensal do grupo de famílias estipulada é de R$ 1.976.
PARCELAS - Para caber no bolso dos consumidores, os financiamentos teriam que ser estendidos em 72 parcelas.
Segundo o levantamento, os compradores sofrem menos do que em 2003. Daquela época até agosto, o valor da parcela reduziu 25,7%. Isso porque o prazo máximo para pagar por um automóvel há sete anos era de 60 meses.
JUROS - A junção entre as mensalidades e as taxas de juros dos financiamentos são as principais situações que ampliaram o número de domicílios com acesso à compra de um veículo zero.
Em 2003, os 60 pagamentos tinham taxas pré-fixadas médias de 3,2% ao mês. Em agosto, a pesquisa informa que o percentual era de 1,8%, para 72 parcelas.
PREÇO - Considerando o valor das prestações, entre junho de 2003 e agosto de 2010, os juros foram principal estimulante ao decréscimo no valor da parcela. O custo do crédito derrubou R$ 217 de cada mensalidade, enquanto o alongamento do prazo tirou R$ 43. Por outro lado, o pagamento mensal do financiamento, no período, aumentou R$ 98. Vantagem de R$ 162.
MAIS BARATO - Conforme a pesquisa, a inflação das famílias no mesmo recorte, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 43,8%. Enquanto isso, o automóvel novo subiu 12,19%.
Por fim, para demonstrar que a aquisição do bem foi facilitada nestes anos, o levantamento do Santander afirma que a renda, nos sete anos, evoluiu 49,9%. Portanto, o poder de compra de um carro zero do brasileiro está maior. Porém, a pesquisa destaca a capacidade de compra, mas não o que as famílias farão com o dinheiro.
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