A sociedade entre a empresa chinesa Chery e a argentina Socma colocou no mercado seu primeiro modelo fabricado no Uruguai.
O lançamento foi realizado com toda a pompa em Buenos Aires pelo septuagenário empresário Franco Macri, ícone do capitalismo argentino nos anos 90, dono da Socma. O modelo é o Tiggo 2.0, um 4x2 que tenta neste ano seduzir o mercado da Argentina. Na seqüência imediata, o alvo será o mercado brasileiro.
A expectativa é vender mil unidades na Argentina até o fim do ano. Para 2009, a ambição é triplicar as vendas. No mercado brasileiro, onde desembarcará em breve, segundo os executivos da Socma, estima-se a venda de 10 mil a 12 mil unidades.
A empresa informou que se trata do primeiro automóvel de tecnologia e marca chinesa produzido por investimentos diretos fora da China. O preço do Tiggo é de US$ 22,8 mil. Os analistas do setor consideram que o carro disputará o mercado contra modelos como o EcoSport, Honda CRV e Toyota RAV4.
Para o empreendimento com a Chery, Macri reativou a velha fábrica que sua companhia Sevel possuía no bairro de Carrasco, em Montevidéu. O investimento inicial, de US$ 30 milhões, foi calculado para que a fábrica em território uruguaio fosse uma plataforma para exportar para o resto da região.
O total previsto de investimentos na fábrica é de US$ 100 milhões. Segundo as normas de integração do Mercosul, daqui a dois anos a fábrica deverá alcançar a faixa de 60% de componentes regionais.
A capacidade de produção da fábrica em Montevidéu é de 25 mil veículos por ano. Mas a previsão é que a capacidade total seja atingida somente no terceiro ano de funcionamento, quando a Chery-Socma começará a produzir um segundo modelo (ainda não definido).
O Uruguai, embora tenha um mercado pequeno, é politicamente estável e amigável com investidores estrangeiros, além de possuir baixos índices de corrupção governamental.
Com a associação com a Chery, Franco Macri volta à arena do setor automotivo, da qual esteve afastado desde os anos 90. O retorno de Macri e a presença de uma montadora chinesa no Cone Sul, porém, tiram o sono de empresários em Buenos Aires, que temem que a entrada da Chery constitua uma ponta de lança na região para as competitivas companhias da China.
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