O relatório com dados da investigação sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes será publicado apenas no final do verão europeu, conforme anúncio feito nesta sexta-feira pela comissão que estuda o caso.
Inicialmente previsto para ser divulgado nesta sexta-feira, o relatório sofreu atraso em razão da necessidade de mais tempo por parte dos investigadores.
Os familiares de Jean Charles denunciaram imediatamente o novo adiamento do documento. Em um comunicado no qual critica a extrema lentidão da comissão para esclarecer o caso, a família Menezes afirmou que dois oficiais da polícia que ainda devem ser interrogados pelos investigadores só vão ser ouvidos em julho ou agosto.
"Nossa família já foi abandonada pela polícia e agora está sendo abandonada pela promotoria e pela comissão investigadora", indica o comunicado dos parentes do brasileiro.
A família reclama desde o início do caso que os responsáveis pela morte de Jean Charles sejam levados ante à justiça e exige, em particular, que o chefe da polícia metropolitana de Londres, Sir Ian Blair, seja acareado pelo erro que custou a vida do brasileiro e afastado do cargo.
Na semana passada, o jornal inglês News of the World noticiou a existência de um novo informe que comprovaria uma série de mentiras por parte da polícia depois da ocorrência da tragédia. De acordo com o jornal, a alta direção da polícia já sabia que Jean Charles era inocente e não um terrorista poucas horas depois de os agentes terem executado o brasileiro.
Segundo o documento de 150 páginas elaborado pela comissão independente que investiga as queixas contra a polícia britânica, as autoridades, no entanto, só informaram a Ian Blair sobre o erro no dia seguinte.