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Região faz protesto contra política habitacional
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
15/02/2006 | 07:58
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Movimentos de moradia protestam nesta quarta pela manhã em frente às secretarias da Habitação do Estado e da capital contra o que classificam de falta de políticas para o setor. A ação é organizada pela União dos Movimentos de Moradia do Estado de São Paulo e reunirá representantes de favelas de todo o Estado para protestar em frente aos prédios onde ficam as pastas da prefeitura paulistana e do governo estadual. A entidade afirma que pagará as despesas.

De Diadema, sairá um ônibus da Câmara às 9h rumo ao Pátio do Colégio, no centro de São Paulo. De lá, os manifestantes seguem em passeata. A coordenadora de Diadema do movimento, Maria Aparecida Tijiwa, a Cida Japonesa, é dura nas críticas contra o Estado. “O governo não tem sido meio omisso, tem sido omisso por inteiro”, afirma. No encontro que esperam ter com o secretário estadual de Habitação Emmanuel Fernandes, representantes dos moradores de favelas pretendem questionar supostos abusos da Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes.

Cida Japonesa diz que fiscais da Ecovias têm derrubado barracos no entorno do quilômetro 17 da rodovia. “Não sei o porquê, mas eles retiraram cômodos e ameaçaram desabrigar pessoas”, conta. Segundo ela, aos menos três barracos naquela região já foram derrubados nas últimas semanas. A Assessoria de Comunicação da Ecovias nega a retirada de barracos ou famílias do local no período citado. O órgão afirma ainda que o que houve foi apenas a suspeita de que estivessem sendo feitas novas construções no entorno do quilômetro 17, mas que o proprietário alegou tratar-se de reforma do imóvel, o que foi constatado pela empresa.

Tensionamentos – O secretário de Habitação de Diadema Josemundo Dario Queiroz, o Josa, também reclama das políticas do Estado para a habitação, mas é mais diplomático. “Acho que houve avanços, mas que são insignificantes diante da demanda que há no município”, contextualiza. Segundo ele, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) construiu 1,2 mil unidades habitacionais na cidade nos últimos cinco anos. “Eles poderiam investir bem mais”, crê Josa.

Como forma de amenizar os problemas fundiários de Diadema, a prefeitura espera ter pronto até abril um projeto municipal de regularização fundiária. A idéia é ter três frentes de discussão: popular (com movimentos de moradia), técnica (com representantes das secretarias municipais de Habitação, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente) e política (com vereadores). A rodada de debates começará ainda neste mês, em data a ser definida, e o objetivo é formatar o projeto com base nas discussões nos três setores em até 45 dias.



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