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Prefeiturável cita possível fraude no caso Guarará

Candidato pelo Solidariedade, Ailton Lima crítica
omissão do Paço andreense na substituição da empresa

Daniel Macário
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/09/2016 | 07:00
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DGABC


Postulante ao cargo de prefeito de Santo André pelo Solidariedade, o vereador Ailton Lima afirmou ontem suspeitar de possível fraude no contrato emergencial aberto nesta semana pelo Paço andreense para seleção de empresa que irá substituir os serviços operados atualmente pela Expresso Guarará. O candidato, que estuda entrar com ação na Justiça para paralisar o certame, acredita que a conduta da administração municipal não passa de um “estelionato eleitoral”. Após 16 anos de concessão, a viação informou às vésperas das eleições municipais que encerrará suas atividades no dia 7 de outubro.

“Não dá para chamar de outra coisa: é estelionato. É mais um estelionato que poderia acontecer na nossa cidade, embora eu acha que não vá acontecer porque vamos trabalhar contrariamente a isso. Chega de atitudes tomadas na calada da noite, previamente estabelecidos os parceiros, o que é pior ainda. Parece aquelas conversas realizadas nas madrugadas e que quando chega de manhã o café está pronto sem você escolher o cardápio”, pontuou

De acordo com o prefeiturável, o encerramento abrupto das atividades da Guarará, que opera 15 linhas de ônibus na região da Vila Luzita desde 2000, pode ser considerado uma jogada da atual administração, comandada pelo prefeito Carlos Grana (PT), para obter “vantagem” durante as eleições municipais.

“É um governo que não fez nada, tratou a cidade com tremendo descaso e nas vésperas da eleição quer se apropriar de algo que nem lhe pertence. É quase uma contravenção querer resolver numa véspera de eleição uma questão de licitação e por regime emergencial. É vergonhoso e desespero de última hora”, avaliou.

A conduta omissa do Paço andreense, que só divulgou na terça-feira que convidaria empresas do Grande ABC para participarem da concorrência emergencial, deverá ser alvo mais uma vez de ação na Justiça. Após representantes do DEM moverem processo contra as mudanças no transporte da cidade, Ailton Lima também afirma estudar uma medida judicial para barrar o certame. “Eu me coloco à disposição, como presidente do Solidariedade, a entrar com ação. Quantos mais partidos se posicionarem, engrossa um pouco mais, embasa um pouco mais. Não entendo que um assunto de tamanha importância seja definido às margens da eleição. Quer privilegiar quem? Quem a gente não sabe.”

Na avaliação do candidato, Grana poderia ter feito intervenção na Guarará, conforme prevê a legislação. “Se fosse prefeito assumiria a empresa, estabeleceria a ordem dela, estabeleceria cronograma financeiro, gestá-la e prepará-la para entregar a alguém do setor.”

 

Prefeitura adota mais uma vez conduta omissa no processo de substituição

 

A Prefeitura de Santo André novamente adotou conduta omissa no caso Guarará. Sem dar detalhes dos encaminhamentos dados pelo Paço para garantir os direitos trabalhistas dos profissionais que atuam na viação e também do processo de contratação emergencial de empresa para assumir os serviços das 15 linhas de ônibus que atuam na região da Vila Luzita, mais uma vez a administração municipal preferiu se manifestar sobre o assunto com uma resposta genérica.

Questionado pelo Diário sobre quais empresas foram convocadas para participarem do certame e sobre as negociações que visam garantir o pagamentos dos salários de funcionários, o Paço limitou-se a dizer que os procedimentos de contratação “estão em andamento e cumprirão os prazos necessários para o atendimento aos usuário” e destacou que os detalhes do futuro contrato não estão definidos, pois as propostas das empresas interessadas serão recebidas e analisadas.

O Paço ainda declarou que a população só “será informada oportunamente do novo serviço”.




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