Depois de muita vacilação, Washington afirmou ter começado a fornecer mais elementos aos inspetores para lhes ajudar a descobrir os programas de armamentos proibidos de Iraque, sem entretanto revelar tudo que sabe.
"O processo já começou", disse no sábado uma autoridade norte-americana que pediu anonimato, lembrando que o secretário de Estado se comprometeu neste sentido. A decisão foi tomada depois de reiteradas críticas do chefe dos inspetores, Hans Blix, sobre a falta de cooperação por parte de Washington, que afirma estar de posse de provas de que o Iraque realmente tem armas de destruição em massa.
A mudança de atitude obedece também à vontade dos Estados Unidos de aumentar a pressão sobre o Iraque e demonstrar através de inspeções mais incisivas que Bagdá tenta mentir sobre suas armas. A imprensa norte-americana afirmou ontem que Washington pode começar a enviar informações importantes à ONU, que adotou medidas para evitar que os dados sejam interceptados.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, os Estados Unidos vão transmitir novas informações obtidas principalmente por satélites espiões. Um funcionário norte-americano do alto escalão entrevistado pelo jornal afirmou que os dados mais importantes já foram transmitidos e seriam entregues nas sedes da equipe de inspetores em Nova York e da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) em Viena (Áustria).
O chefe dos inspetores, pressionado por Washington para intensificar ao máximo o trabalho dos inspetores, denunciou a falta de cooperação dos norte-americanos e britânicos. "Os Estados Unidos e o Reino Unido poderiam nos dizer quais são os lugares onde acreditam que o Iraque guarda armas de destruição em massa. É o que queremos", disse Hans Blix à BBC de Londres.
Nova etapa - Nesse contexto, Washington e Londres parecem ter passado para uma nova etapa em seus preparativos para um eventual ataque ao Iraque. A Marinha britânica começou a se preparar para a maior operação realizada nos últimos 20 anos, ao lado das forças norte-americanas, que serão lançadas na guerra contra o Iraque, informa neste domingo o jornal britânico The Sunday Telegraph.
Segundo o jornal, no mínimo 40 mil soldados britânicos, entre eles 5.500 Royal Marines (fuzileiros navais), devem combater ao lado dos norte-americanos no Iraque. Por outro lado, o "New York Times" de hoje informou que agentes da Central de Inteligência Americana (CIA), encontram-se no Norte do Iraque há várias semanas, conversando com dirigentes curdos.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.