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Lula: surpresa e recuperação
Por Nicolas Tamasauskas e Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
21/10/2006 | 19:50
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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou o primeiro turno da eleição presidencial, na qual luta para se reeleger, muito irritado, a ponto de soltar palavrões na amplidão do Palácio do Planalto. O motivo é que companheiros petistas se envolveram em uma atrapalhada tentativa de compra de um dossiê contra o PSDB. Acabaram detidos pela PF, municiaram a oposição e levaram para o segundo turno uma disputa que, nas palavras do presidente e do restante da militância, “já estava ganha”.

A oposição insinua com insistência – alguns chegam a afirmar – que o presidente estaria por trás do que se passou a chamar ‘dossiêgate’. Em uma das teses, Lula tentaria neutralizar o governador eleito de São Paulo José Serra (PSDB), potencial e forte competidor presidencial em 2010. Em outra delas, o que o presidente estaria mesmo interessado seria em encurralar o adversário Geraldo Alckmin, embora o tucano estivesse bem atrás nas pesquisas de intenção de voto.

Lula sempre negou envolvimento no caso, recorrendo à lógica de que estava com a “eleição ganha”. Mas o dossiê deu o tom na reta final do primeiro turno. Como em outros momentos delicados à frente da Presidência, o pernambucano de Garanhuns conseguiu absorver os impactos do novo escândalo e aparentemente saiu ileso de mais esse escândalo de seu partido.

Logo no início da campanha de segundo turno, mobilizou ministros, intensificou a atividade de rua e alimentou o que o PT qualifica de debate ideológico. O PSDB prefere chamar de “mentirobrás” e “tática do medo”, ao explorar a suposta intenção de Alckmin em promover privatizações em um envetual governo tucano.

Com novo fôlego, Lula caminha – segundo os institutos de pesquisa – para consolidar a vitória no próximo domingo. O presidente explorou ao longo da campanha principalmente o binômio programas sociais-estabilidade econômica: 11 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa-Família, inflação controlada e superávit da Balança Comercial.

Na última semana da corrida eleitoral, o PT e Lula prometem intensificar a atividade de militância. Além disso, há a torcida, e até uma vigilância cerrada, para que nenhum ‘companheiro’ volte a agir, colocando tudo a perder no último minuto.




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