Política Titulo
Gilson Menezes não
quer mais ser 'jarro'
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
20/07/2011 | 07:05
Compartilhar notícia


Praticamente descartado nos bastidores políticos para continuar na chapa com o prefeito Mário Reali (PT), o vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes (PSB), reivindicou sua manutenção no posto para as eleições do ano que vem. E ainda exigiu, se for escolhido pela cúpula petista, ter participação ativa na administração caso Reali vença o pleito em 2012.

"Nesta gestão, eu não tive muitas oportunidades de mostrar meu trabalho. Não formei o secretariado e também não fiquei com nenhuma Pasta. O PT sabe das minhas condições e sabe do meu trabalho. Não quis atrapalhar nessa gestão do Mário, que é muito meu amigo. Mas, para a próxima eleição, não quero continuar sendo apenas um jarro na Prefeitura", criticou o socialista.

Gilson foi definido como vice de Reali pouco tempo antes do pleito de 2008. Até então, sustentava sua candidatura própria pelo nanico PSC, mas também negociava espaço na chapa do ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB). O acordo com o PT rendeu ao PSC duas secretarias: a de Cultura, com Maria Regina Ponce Queiroz, e de Assistência Social, com Pedro Soares.

O vice-prefeito, porém, deixou o PSC e rumou para o PSB, partido pelo qual se elegeu prefeito em 1997. Com ele levou os dois secretários indicados pela antiga legenda. Mesmo assim, Gilson alegou que não teve voz ativa na nomeação dos dois titulares das pastas. "Fiquei à margem das discussões e isso é muito ruim."

O socialista eximiu Reali de culpa e acusou o PT de fechar as portas da administração. "Eu tenho bagagem na cidade, e até acredito que o fato de me deixar de lado dos debates não tenha partido do Mário. Mas o PT tem essa política de não dar abertura. Sempre estive à disposição do governo, eles que não quiseram."

Gilson garantiu ter saúde para disputar mais uma eleição e reclamou do fato de não ter sido relacionado nos bastidores como futuro vice de Reali. "Não pode me descartar sem falar nada. Quero ser consultado e informado de tudo que está sendo discutido. O PSB sabe disso e já comunicou o PT."

Em entrevistas recentes, Reali comentou que o PT estuda trocar o vice para o ano que vem. A vereadora Cida Ferreira (PMDB), o presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), o secretário de Governo, Osvaldo Misso (PT), e o secretário de Segurança Alimentar, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), foram cogitados pelo prefeito.

MIGRAÇÃO

Alheio às negociações políticas para formação da chapa governista, Gilson foi cortejado pelo PT e pelo PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O vice-prefeito, contudo, garantiu que continuará no PSB. "Apesar das conversas informais com os dois partidos, meu plano é continuar no PSB", reiterou.

Setores do PT de Diadema articulam reconduzir Gilson ao quadro de filiados da sigla. O político foi o primeiro prefeito eleito pelo PT no Brasil, em 1982. O hoje socialista deixou o partido por problemas com Zé Augusto, à época no PT. Sobre o PSD, Gilson recebeu convite extraoficial de Kassab, com quem dividiu legislatura na Assembleia Legislativa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;