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Taxistas excluem cobrança da taxa de divisa de municípios

Medida vale somente para motoristas associados à ABC Rádio Táxi; categoria se reuniu ontem com o prefeito Carlos Grana

Daniel Macario
Do Diário do Grande ABC
30/08/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Cerca de 300 taxistas associados à cooperativa ABC Rádio Táxi se anteciparam e excluíram, desde ontem, a tarifa adicional referente a mudança de municípios. A medida visa igualar os atuais preços praticados pela empresa à forte concorrência de aplicativos que oferecem serviço similar, como é o caso do Uber. O tema está presente na pauta do GT Mobilidade do Consórcio desde março de 2015, entretanto, sem avanços.

Uma das principais motivações para a eliminação do custo adicional foi a adoção de medidas do tipo na Capital, desde o dia 24. A Prefeitura de São Paulo também unificou as tarifas de todas as categorias de táxi que circulam atualmente na cidade. Além disso, a cobrança da bandeira dois deixou de ser obrigatória.

Na região, se a viagem ultrapassa os limites de um município, são acrescidos 50% sobre o valor final da cobrança. Por exemplo, se o cliente vai de Santo André a São Bernardo e o taxímetro marca R$ 10, o usuário terá de desembolsar R$ 15 com a tarifa adicional. Conforme já noticiado pelo Diário, alguns profissionais que atuam entre as sete cidades também têm adotado de maneira informal a exclusão da taxa adicional como forma de atrair novo clientes.

“A isenção da taxa de divisa foi uma forma que encontramos para a forte concorrência que estamos enfrentando junto a aplicativos e também ao transporte clandestino”, afirma o presidente da ABC Rádio Táxi, Ademir de Oliveira Calli. Só neste ano, motoristas citam queda de até 25% no faturamento da categoria.

A empresa, responsável por atender 100 mil chamados mensalmente em todo o Grande ABC, tem passado por situação delicada neste ano. “Desde de janeiro, estamos com prejuízo entre 20% e 25% em virtude da concorrência desleal dos clandestinos. Nossa queda só não é maior que a dos demais profissionais, pois temos forte atendimento no ramo empresarial.”

Segundo Calli, a expectativa é a de que, já a partir do próximo mês, as mudanças tragam resultados positivos. “Mais do que sermos pioneiros ao fazer a exclusão da taxa de divisa, queremos também resgatar nossos antigos clientes, que em virtude da crise optaram por serviços similares, e ao mesmo tempo atrair novos usuários ao serviço que prestamos.”

REUNIÃO

Encontro realizado ontem entre o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), vereadores do município e taxistas também definiu outras medidas que visam coibir a atuação do transporte clandestino, em especial o Uber, na cidade. O encontro foi reivindicado durante protesto da categoria no início do mês.

De acordo com o chefe do Executivo, foram firmados quatro compromissos que devem ser colocados em prática nas próximas semanas. Entre as propostas estão o aumento da fiscalização do transporte clandestino na cidade, o estudo de experiências adotadas por outros municípios para coibir a concorrência desleal e também discussão do tema na Câmara de vereadores. “São medidas que visam atender as reivindicações da categoria e que no fundo são justas diante da concorrência desleal que os taxistas têm enfrentado nos últimos meses”, relata Grana.

Segundo o chefe do Executivo, levando em consideração a importância que o tema tem ganhado neste ano, a Prefeitura já estuda promover diálogos junto à população e à categoria para encontrar o melhor caminho do mercado do transporte individual. “Não podemos descartar nada (inclusive a regulamentação do Uber). Mas é preciso que essa mudança seja justa para todos.”

Embora a discussão relacionada ao Uber já esteja na pauta do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC desde o início do ano, o prefeito se comprometeu a levar as reivindicações dos taxistas para a entidade regional. 




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