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Inbra investe US$ 15 milhões em S.Bernardo
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/04/2011 | 07:12
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O município de São Bernardo está cada vez mais próximo de se especializar nos assuntos de defesa e segurança. Mesmo sem o governo ter decidido sobre a escolha dos 36 aviões caça para renovação da frota da FAB (Força Aérea Brasileira), fabricantes estão investindo direta ou indiretamente na cidade.

A Saab, fabricante do Gripen NG, ofereceu a um grupo de Mauá, InbraFiltro, referência em defesa e segurança, a oportunidade de desenvolver quatro protótipos das asas e das tampas do trem de pouso do novo avião sueco.

Isso provocou a ampliação da unidade e a mudança de uma das empresas do grupo, a InbraAerospace, para São Bernardo, onde serão investidos US$ 15 milhões em 20 meses. A expansão vai gerar 150 vagas, dobrando o quadro atual de funcionários, para 300.

Desde 1996 o Gripen está operando na Força Aérea do País - e foi adotado por África do Sul, República Tcheca, Hungria e Tailândia. Então, decidiu-se que o modelo seria atualizado por versão mais nova, que tem parte já sendo desenvolvida no Brasil. Além da Inbrafiltro, a Akaer, de São José dos Campos, esta projetando a fuselagem do Gripen NG.

No espaço que ficará vago da InbraAerospace em Mauá, outra empresa do grupo, a InbraLand, vai ampliar sua produção para fabricar o Gladiador, carro-escudo blindado. Serão contratados de 80 a 120 funcionários. "Para essas vagas serão recrutados engenheiros e tecnólogos, principalmente das áreas eletrônica, mecânica e elétrica", detalhou Jairo Candido, presidente do Grupo InbraFiltro, na Laad, feira de defesa e segurança que vai até sexta-feira no Rio de Janeiro.

Também em São Bernardo, a Omnisys, braço industrial e tecnológico da Thales no Brasil, está negociando com a Prefeitura a instalação de câmeras de segurança por toda a cidade. "Estamos estudando a possibilidade de desenvolver uma segurança urbana em São Bernardo, assim como fizemos na Cidade do México, em que foram instaladas 8.000 câmeras", contou Laurent Mourre, diretor da Thales no Brasil.

Segundo Mourre, a empresa está, aos poucos, transferindo tecnologia ao País. "Somos o número um ou dois na área de sinalização ferroviária. Queremos adentrar neste setor aqui no Brasil também."

Na avaliação do diretor-geral da Saab no Brasil, Bengt Janer, São Bernardo tem como berço a indústria automotiva e, portanto, possui base industrial bem desenvolvida. "Queremos levar a cidade uma experiência com inovação. Com o tempo, ela ira diversificar sua área de atuação", disse, em referência ao aporte de US$ 50 milhões em cinco anos no centro de desenvolvimento de alta tecnologia, que será inaugurado no dia 5. A ideia do centro, que será uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) é buscar recursos para gerar US$ 10 milhões por ano em projetos.

TROCA DE FARPAS

Em relação à crítica feita em coletiva anteontem da Dassault quanto ao Gripen NG, de que a aeronave não era considerada concorrente do Rafale FX-2 e do F-18 Super Hornet, o diretor-geral da Saab no Brasil, Bengt Janer, rebateu dizendo que quem não fazia concorrência era o Rafale, "porque não conseguiu emplacar nada, mesmo com todo o envolvimento político", sobre o fato de que o caça era o preferido do governo Lula e participou de intervenção militar na Líbia.

De acordo com Janer, o preço de aquisição do Gripen NG é de US$ 5.000 a hora, enquanto que o Rafale, US$ 20 mil. "O mais importante ainda não é quanto você paga pela aeronave, mas quanto vai custar para operá-la durante 30 anos. Não vale a pena pagar mais por um avião que faz a mesma coisa."




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