Onze integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em presídios de São Paulo, foram transferidos neste sábado para a penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, considerada a mais segura do país. A transferência foi determinada depois que um dos integrantes do PCC, José Márcio Felício, o Geleião, delatou os companheiros ao ser ameaçado de morte. Depois do depoimento de Geleião, a Polícia Civil de São Paulo declarou o PCC como uma instituição “falida”.

Entre os presos que foram transferidos do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) para Presidente Bernardes está o seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, acusado da morte do prefeito de Campinas Toninho do PT.

Na manhã deste sábado, eles saíram do Aeroporto de Congonhas, de avião, com destino a Presidente Prudente sob um forte esquema de segurança, com pés e mãos algemados. De lá, seguiram em comboio até Presidente Bernardes, onde ficarão presos em regime especial. Os membros do PCC serão colocados em celas individuais e com direito e apenas uma hora de banho de sol por dia.

Na última quarta-feira, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, que acompanhou a operação deste sábado, informou que Geleião delatou a maior parte dos integrantes do PCC após perceber que a organização estava se desmantelando com as mortes de várias mulheres de presos que serviam de informantes. Geleião também contou sobre vários atentados realizados em São Paulo e que foram organizados pelo PCC.

Vinte integrantes foram identificados por Geleião. Do total, 11 estão sendo transferidos e todos foram indiciados por formação de quadrilha. Neste sábado, Bittencourt informou que a polícia prendeu um advogado acusado de atuar como mensageiro da quadrilha. Além de Abrão Samuel dos Reis, 39 anos, outros três profissionais estão sendo investigados, como a advogada de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, apontado por Geleião como o maior líder do PCC.