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Especulações sobre o vice aumentam
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
04/03/2011 | 07:17
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Com a chegada intensa de Maurício Soares ao governo, surgiram comentários sobre o futuro vice-prefeito da chapa encabeçada por Marinho no ano que vem. Indagado se incomoda as especulações, o atual dono do cargo, Frank Aguiar (PTB), frisou que não "é natural", mas pontuou que deseja permanecer na função.

"Não vejo Maurício como concorrente e falei para o Marinho que não serei impedimento para ele. Quero continuar porque deu certo até agora, mas isso vai ser decidido no futuro", analisou o petebista.

O cargo deixará de ser expectativa e terá ainda mais importância se o prefeito garantir a reeleição. Isso porque Marinho é nome forte para concorrer ao governo do Estado pelo PT em 2014. Assim, teria de se desligar do comando do Paço para a disputa e o vice assumiria por dois anos.

Sem comentar esse panorama estadual, o chefe do Executivo falou apenas sobre a composição da chapa municipal em 2012. "Não é hora, não é o momento de expressar esse debate. O que temos é nosso time que ganhou as eleições e que está pronto para disputar outra eleição. E está aberto para quem deseja caminhar conosco. Mas não há qualquer debate em torno do vice. Meu vice é o Frank Aguiar. Não está deslocado, é um vice acumulando a secretaria", afirmou Marinho.

Maurício Soares disse categórico que não pretende ser vice. "Ouço dizer de muitos candidatos (à vaga na chapa). Acho que é cedo. Eu estou dispensando esse sacrifício, estou muito cansado", ressaltou o secretário de Governo.

"Há muitos nomes capazes, tanto no secretariado, quanto na Câmara, na sociedade e nos partidos aliados", elencou, estendendo imensamente o leque de opções, sem se comprometer.

Um dos motivos do racha do ex-prefeito com o então grupo governista formado principalmente por PSB e PSDB em 2008 - com a discussão, ingressou no PT - foi justamente o fato de ele ter sido colocado na condição de vice na candidatura ao Paço encabeçada por Orlando Morando (PSDB). No início, Maurício era o candidato da chapa, mas no meio do processo houve a inversão dos papéis, a gota d'água para a confusão. 

Governo afirma que tem maioria na Câmara 

Ex-secretário de Governo e agora assessor de gabinete, José Albino enfatizou que a administração tem maioria na Câmara, apesar de não citar os vereadores que se juntaram aos oito da base de sustentação. Os argumentos de outros políticos governistas, como o próprio prefeito Luiz Marinho, também não amparam a afirmação.

"Foi restabelecida a maioria pelas mãos de Marinho", afirmou Albino, ao fazer balanço de sua atuação na articulação. O desenho da Casa é, além dos oito governistas, existe o chamado G-13 (oito oposicionistas e cinco parlamentares de centro).

"O trabalho com a Câmara é do início até o fim. Tem de ser cuidadoso, é outro poder que influencia na atuação do governo. Tenho notícias de negociação com o Legislativo, mas não participei. Sinto que não é uma oposição incapaz de se mover. Ela quer participar mais, sugerir mais. É um apoio que precisa ser consolidado", analisou Maurício Soares, atual secretário de Governo.

"Vocês (da imprensa) têm observado que nas últimas três sessões o governo tem maioria de plenário. É colocar os projetos que eles votam", observou Luiz Marinho, para em seguida criticar a condução dos trabalhos da mesa diretora, que decide a pauta das sessões - é composta por integrantes do G-13 e presidida por Hiroyuki Minami (PSDB).

"O governo tem com certeza (problema) com relação à mesa, que tem segurado os projetos e não os tem colocado apara apreciação. Tem de colocar. A mesa não pode ficar o tempo todo segurando. Vai ter essa catimba. Desde três sessões tínhamos maioria comprovada. Isso é natural de relação com o Legislativo, mas a gente pondera o bom-senso da mesa para apreciar. Eu não reclamei quando rejeitaram os projetos, aprovaram requerimentos (de informação ao governo). Faz parte da democracia, mas também faz parte eles colocarem os projetos para votar", reclamou.

 




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