FHC, que governou o Brasil por oito anos, disse que o FMI confia em Lula porque o presidente brasileiro "cumpriu os contratos", enquanto o chefe de estado argentino "tem uma posição mais agressiva porque está negociando uma moratória da dívida".
"Também tive que negociar a moratória do governo de José Sarney. Não acho que a posição de cada presidente interfira no rumo dos mercados", afirmou. Fernando Henrique considerou importante que os dois maiores países do Mercosul, Brasil e Argentina, tenham "taxas cambiais parelhas".
"O matiz político do Mercosul, sem que a economia marche nos trilhos, não tem conseqüências práticas efetivas. Tem importância simbólica", explicou. FHC disse que Brasil e Argentina "têm a oportunidade de avançar em algo mais que uma aliança estratégica, enquanto buscarem políticas de Estado que transcendam os gestos de boa vontade".
Ele ressaltou que se isso não acontecer, "a aliança estratégica que fizemos tantas vezes com a Argentina não será mais do que palavras". O ex-presidente disse não sentir saudades do poder nem ter motivos para tentar um novo mandato.
Comparando Lula de hoje com o líder sindical que conheceu em 1973, Fernando Henrique disse que "aquele Lula não tinha mundo. Nos últimos 30 anos, tem sido um político, não um operário, nem um líder sindical. Causou surpresa quando disse que nunca tinha sido de esquerda. E é verdade: formou-se como sindicalista".
Sobre o ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999), Fernando Henrique disse que o ele "se dava bem com os Estados Unidos, mas mal conosco".
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