A deputada estadual e vereadora licenciada de Diadema, Regina Gonçalves (PV), ainda investe na empreitada de retirar o seu substituto, João Merenda (PPS), da sua cadeira na Câmara, pelo fato de ele ter deixado o PV após a eleição. O último episódio repercutiu de maneira espantosa nos bastidores do Legislativo. Ventila-se que a verde mandou o vereador Milton Capel (PV) trocar de lugar no plenário para não ficar ao lado do popular-socialista.
A ação, que chegou ser motivo de piada entre os parlamentares, teria sido solicitada por Regina diretamente ao verde e à direção da Casa. Na sessão ordinária de quinta-feira, a placa de identificação de Capel em frente sua cadeira no plenário foi alçada para a ponta inversa de onde se senta Merenda. A troca de identificação envolve funcionários do Legislativo comandados pelo presidente, Laércio Soares (PCdoB).
Mesmo com a força do fato nos bastidores, Capel negou qualquer influência de Regina em seu mandato de vereador. "Eu troquei de lugar porque lá estava apertado. Achei que do outro lado eu teria mais espaço para minhas pernas, que sempre ficam doendo durante as sessões. Eu, inclusive, já informei a direção sobre esse problema e parece que o presidente vai mudar", argumentou. No momento em que a equipe do Diário entrou em contato com Capel, ele disse que estava na presença de Merenda e que ele é seu "amigo" há mais de 30 anos, independente da briga partidáriapela cadeira.
A relação entre Capel e Regina, segundo o verde, continua "boa". Na última semana ele disse não ter conversado com ela, mas alegou que mantém contato via telefone para tratar assuntos partidários. "Ela inclusive vai mandar emendas ao Orçamento estadual para Diadema e será por meio do meu mandato."
Laércio também refutou qualquer interferência dele no caso. O comunista chegou somente na metade da última sessão, pois a sua mãe havia falecido e ele participava do sepultamento. "Não estou sabendo disso, não passou nada por mim. É muito comum o vereador mudar de lugar, às vezes eles avisam, às vezes não", declarou Laércio.
Merenda deixou o PV alegando perseguição política praticada por Regina. Ela sempre negou. O PV manteve a postura de reivindicar a cadeira na Justiça com argumento, proferido pela verde, de que o popular-socialista se beneficiou da estrutura partidária para chegar à condição de primeiro suplente.
A comissão provisória do PT de Diadema perdeu a ação na comarca local e no início do mês recebeu nova negativa do TJ-SP. A corte alegou falta de peças obrigatórias para fundamentar a decisão. "Estou muito tranquilo. Estão recorrendo erroneamente, mas também eu tenho provas de que foi perseguido e que foram entregues ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral)", argumentou Merenda. Regina não foi localizada para comentar o assunto.
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