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Inadimplência segue estável até início de 2011
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
19/10/2010 | 07:07
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O número de consumidores que não conseguem honrar suas dívidas em até 90 dias ficará estável e o crédito continua em expansão nos próximos seis meses. Esta é a conclusão do indicador Serasa Experian de perspectiva da inadimplência de agosto.

A pesquisa aponta o bom momento do mercado de trabalho - com alto nível de empregos e elevação da renda - estimulou o resultado. O pagamento do 13º salário, que tem início na segundo metade do quarto trimestre, também sustenta a estabilidade na inadimplência.

Conforme relatório de operações de crédito do BC (Banco Central do Brasil), em agosto, a taxa de inadimplência dos consumidores nas modalidades de crédito era de 6,2%. Este foi o menor patamar do ano, com queda de 0,1 ponto percentual no mês e 1,5 ponto percentual em comparação dezembro de 2009.

Para o gerente de indicadores de mercado da Serasa, Luiz Rabi, o nível de inadimplência de agosto foi bom para o País. "Mas está ruim em comparação com outras nações. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, mesmo com a crise atingindo os sistemas financeiros, a inadimplência não passou de 6%", explica. Ele prevê que no Brasil a taxa reduzirá até 6%.

A pesquisa, realizada mensalmente, manteve o resultado do mês anterior em 94,6 pontos. De acordo com Rabi, quando o índice está abaixo de 100 pontos é considerado bom.

CRÉDITO
Segundo o documento do BC, o volume de crédito liberado aos consumidores em agosto atingiu R$ 714,4 bilhões. O resultado foi o maior do ano, com acréscimo de 1,9% no mês e 12,3% no ano. Rabi disse que dificilmente a expansão do crédito será estabilizada neste ano. "Continuará crescendo, mas não em 25% ou 20% como no primeiro semestre", analisou.

Porém ele descartou a possibilidade de barateamento nos financiamentos, esclarecendo que não há mais espaço para isso. Entre as barreiras para melhores ofertas está a taxa básica Selic, cuja índice o BC decidirá como fica nesta semana. Hoje, a meta está em 10,75% ao ano.

A Selic é norte para o crédito no País. Portanto, alterada, o custo dos empréstimos normalmente são mudados. Mas neste ano, enquanto a taxa básica subiu, os juros ao consumidor caíram, conforme pesquisas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Por nota, o economista da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, não espera alteração na Selic nesta semana, após reunião do BC.




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