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Plebiscito sobre Vale fica fora de Santuário
08/09/2007 | 07:10
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O Santuário Nacional de Aparecida, maior centro de peregrinação do País, proibiu que o plebiscito sobre a privatização da Vale do Rio Doce fosse realizado no pátio da basílica e nas dependências da igreja, durante a 13ª edição do Grito dos Excluídos. A manifestação contra as injustiças sociais organizada por movimentos sociais neste ano divulgava o plebiscito contra as privatizações no País.

“Por orientação do Santuário não fizemos aqui. Eles disseram que não é um lugar de política e sim de religiosidade. Mas não entendemos assim. Para nós a fé está junto com a vida”, informou o coordenador do Grito, Ari Alberti.

Mesmo com a proibição os manifestantes não se intimidaram e de forma velada levavam as cédulas para os ônibus onde os romeiros podiam participar da escolha popular. “No artigo 14 da Constituição Federal diz que é preciso que o congresso e o governo avancem e oficializem mecanismos mais efetivos de democracia”, completou Alberti.

Cerca de mil pessoas participaram do Grito, que neste ano aconteceu na lateral direita do pátio da basílica e não mais no altar central, usado pelo papa Bento XVI, que está em reforma. “Até disso excluíram a gente”, diziam os manifestantes que carregavam bandeiras e faixas pedindo o fim das privatizações, mais oportunidade para os deficientes, mais empregos, mais justiça social e dignidade à classe trabalhadora. “Acreditamos que o povo tem que estar nas ruas, senão, não haverá mudança, independente de quem seja o presidente”, afirmou o coordenador da manifestação.

Depois do Grito, que durou cerca de uma hora e teve a votação simbólica do plebiscito feita por um cadeirante, os manifestantes participaram de uma missa, celebrada por dom Raymundo Damasceno Assis. O arcebispo de Aparecida não mencionou o plebiscito durante o sermão, mas criticou a postura dos políticos. “A imagem da atividade política tem sido muito prejudicada pelos fatos. Creio que é importante que o político faça todo possível para recuperar essa imagem do serviço ao bem comum.”

O arcebispo negou que a medida tenha sido tomada por questões políticas, já que o Santuário e o Seminário receberam verbas de empresas que são favoráveis à privatização da Vale.

“Nos não fazemos opção política ou partidária dentro do Santuário. A iniciativa foi minha, porque não houve nenhuma orientação oficial dentro da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).”

São Paulo - Cerca de 3.500 pessoas participaram sexta-feira em São Paulo da caminhada do Grito dos Excluídos. Uma imensa faixa verde e amarela, levada até ao altar da Igreja da Sé por 25 pessoas em procissão, enumerou as principais reivindicações do povo nesse Sete de Setembro: trabalho, terra, moradia, paz, justiça, saúde, cidadania, ética, educação e soberania.



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