Pouco antes, ambulantes haviam jogado pedaços de madeira e pedras em fiscais e guardas, que foram forçados a se retirar.

O clima só ficou mais tranqüilo quando chegaram policiais militares e mais guardas para apoiar os colegas. À tarde, já eram 150 fiscais na região da 25 de Março.

A confusão começou por volta das 8h, quando houve bate-boca e empurrões entre fiscais e ambulantes.

Pouco depois, levando uma armação metálica, um menino começou a fugir dos fiscais que tentavam pegá-lo na calçada.

Depois de levar alguns chutes, ele correu para o meio da rua e acabou atropelado por um carro que passava em baixa velocidade. Foi socorrido por guardas metropolitanos, mas nem chegou a ser levado ao hospital. "Venham ver o que eles (fiscais e guardas) fazem com a gente", gritava, exaltado, um dos camelôs para os jornalistas.

Os dois grupos em confronto ficaram frente a frente, cada um ofendendo o outro. Não adiantou o protesto.

Pelo oitavo dia consecutivo, os ambulantes foram proibidos de instalar suas barracas na 25 de Março e imediações, que estão vetadas para o comércio irregular por decisão da Justiça.

Obrigatoriedade – De acordo com a ordem judicial, a Prefeitura de São Paulo tem prazo até o dia 19 para organizar o comércio ambulante na região central.

Se não o fizer, a administração municipal estará sujeita a multa de R$ 10 mil por dia.

Medo – Com medo do confronto, comerciantes fecharam suas lojas na 25 de Março. Eles temem uma queda de até 40% nas vendas para o Dia dos Pais em relação ao ano passado. Os fiscais passaram por todas as bancas instaladas na calçada pedindo o Termo de Permissão de Uso (TPU) dos camelôs.

Na semana passada, 20 ambulantes foram detidos depois de agredir um comerciante que se negou a fechar sua loja. A PM usou gás lacrimogêneo para conter os manifestantes.